Manuel Pizarro escolheu, no seu primeiro ato público enquanto ministro da Saúde, ir dar de beber à “Oliveira SNS”, símbolo da resistência do Serviço Nacional de Saúde (SNS), plantada em Coimbra. E aproveitou a viagem para se deslocar ao Centro Hospitalar e Universitário da região e reafirmar a promessa eleitoral do primeiro-ministro de dar finalmente a Coimbra uma nova maternidade. Nas entrelinhas das duas paragens fica a mensagem: o ex-eurodeputado socialista e antigo secretário de Estado da Saúde da ministra Ana Jorge (2008 e 2011) veio para cuidar do SNS, sem deixar de seguir os passos de António Costa.
A questão que fica no ar é se as duas intenções serão conciliáveis. A equipa que se instala agora no número 9 da Avenida João Crisóstomo, em Lisboa, traz a esperança de uma renovação para o setor; no entanto, por altura da despedida de Marta Temido, o chefe do Governo não abria mão de uma política de continuidade na Saúde, assente no programa eleitoral do PS. “Quem quer mudança de política tem de derrubar o Governo”, dizia António Costa, a 30 de agosto, sugerindo que a dança de cadeiras levaria apenas a uma alteração da personalidade do governante.