Os mais de 28 mil hectares de área ardida na região da serra da Estrela, dos quais cerca de 22 mil só no parque natural, são o resultado da pior fase de incêndios que o País enfrentou nos últimos quatro anos. Desde julho, mas com maior intensidade nos dias 6 a 18 de agosto, as chamas não largaram um património de valor inestimável, cuja destruição levou o Governo a declarar a situação de calamidade para aquela área – por forma a abrir as torneiras de cerca de €25 milhões em apoios.
A devastação daquela fauna, essencialmente de pinheiro-bravo e carvalho, foi tal que o Ministério da Administração Interna ordenou uma investigação para responder a uma questão clara: como foi possível chegar a tais níveis de estragos, quando o sistema de Proteção Civil supostamente sentira uma evolução desde a tragédia de 2017? A averiguação, a cargo de uma comissão liderada por Tiago Oliveira, presidente da AGIF – Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, ainda não arrancou com os trabalhos. Porém, não faltam sinais de que talvez as perdas pudessem ter sido muito menores.