António Costa já falou sobre a polémica que teve o ministro das Infraestruturas e da Habitação como protagonista, na sequência do despacho sobre o aeroporto da região de Lisboa, publicado, na quarta-feira, no Diário da República, por ordem de Pedro Nuno Santos, mas que seria revogado, menos de 24 horas depois, pelo primeiro-ministro.
À chegada ao Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, António Costa alinhou pelo mesmo registo “desculpabilizador” que, duas horas antes, Pedro Nuno Santos já tinha demonstrado. O primeiro-ministro admitiu que “houve um erro grave”, mas acrescentou que “[esse erro] está corrigido” e que a confiança no ministro foi “restabelecida”. “Mais importante que tudo, porque até os políticos cometem erros, é quando os erros são corrigidos”, afirmou.
Recorde-se que o despacho, publicado em Diário da República, por ordem de Pedro Nuno Santos, terá “apanhado o primeiro-ministro de surpresa”, que ficou “furioso” com Pedro Nuno Santos, uma vez que a decisão final “não estava validada pelo Conselho de Ministro e muito menos tinha ‘luz verde’ de António Costa” para avançar e ser anunciada.
António Costa estaria ao corrente da solução Alcochete e Montijo (como aeroporto complementar), apresentada no documento, mas a mesma nunca poderia avançar sem que também fosse apresentada à oposição – condição que o primeiro-ministro não abdica neste processo. Na manhã desta quinta-feira, anulou o diploma, reafirmando desejar consenso, sobre esta matéria, com outras forças políticas.
O ruído em torno do assunto, para já, parece cessar sem maiores consequências – nem para Governo, nem para o ministro.