Na noite de 30 de maio, uma segunda-feira, a agenda de José Sócrates incluiu um compromisso no Jardim Paulista, bairro rico de São Paulo, espécie de condomínio privado das elites na zona oeste, onde os residentes vivem, em média, mais 24 anos do que o povo da periferia. O destino do antigo primeiro-ministro era um jantar no sofisticado apartamento do amigo e advogado de origem libanesa Walfrido Warde. Foi servido um buffet de saladas, massas e carnes, acompanhado de vinhos brancos e tintos Marquês de Cáceres (Rioja) e whisky Johnnie Walker Blue Label. Entre os ilustres convidados estava o ex-Presidente Lula, de novo candidato à liderança do país, e Janja (Rosângela da Silva), a mulher com quem se casou no mês passado.
Outros dos presentes foram Gleisi Hoffmann (deputada federal e presidente do PT), Guilherme Boulos (coordenador do Movimento dos Trabalhadores sem Teto e pré-candidato a deputado pelo PSOL, Partido Socialismo e Liberdade), Rafael Valim (advogado, jurista e editor), Benjamin Steinbruch (CEO da maior indústria têxtil da América Latina e da Companhia Siderúrgica Nacional) e Márcio Macedo (deputado federal e tesoureiro da campanha de Lula). De Portugal viajou o empresário Marco Galinha, “patrão” da Global Media e do grupo BEL, com negócios que vão das máquinas de vending ao imobiliário, passando pela propriedade de prestigiados títulos de Imprensa.