A montanha pariu…uma montanha ainda maior. A reunião desta manhã entre Governo e polícias visava discutir a atribuição de um subsídio de risco para PSP e GNR, mas, decorridas quase duas horas, o encontro terminou como começou: sem acordo, sem avanços, sem novidades, e com Paulo Santos, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), a estrutura sindical mais representativa da PSP, a afirmar perante os jornalistas “não ter percebido muito bem para que serviu esta reunião”. Na próxima quarta-feira, também às 10h30, há novo encontro no Ministério da Administração Interna (MAI).
Recorde-se que, no final de junho, o Governo apresentou uma proposta de subsídio de risco para os polícias entre 48 e 68 euros, muito abaixo dos 430,39 euros que é exigido por aqueles profissionais, provocando mais protestos nas ruas. Na passada quinta-feira, dia 15, sindicatos e associações sócio-profissionais da PSP e GNR deslocaram-se ao MAI para apresentarem uma contraproposta ao Governo – que não abdicava do valor, mas admitia que o mesmo fosse atribuído faseadamente até ao final da atual legislatura: 200 euros em 2022, 300 euros em 2023 e 430 euros em 2024.
Na reunião desta manhã, os polícias foram recebidos pelo secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Antero Luís, mas a esperança por respostas concretas e definitivas rapidamente se desvaneceu. No Terreiro do Paço, centenas de polícias – um número muito abaixo daquilo que era esperado – geriam as expectativas com cautela e realismo, mas, no final, a desilusão nos rostos dos presentes era evidente. A desmobilização fez-se em segundos. E a luta adiada por mais uma semana.