
Para tentar acelerar a vacinação em Portugal, o Governo estava a ponderar seguir o exemplo do Reino Unido e alargar o período entre a primeira e a segunda dose das vacinas da Pfizer já entregues no País numa tentativa de imunizar mais pessoas. Isto porque a primeira dose dá já uma imunidade de 52%. No entanto, segundo a ministra da Saúde adiantou, na grande entrevista que deu à VISÃO e que faz a capa desta semana, quinta-feira, dia 04, nas bancas, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) já informou as autoridades nacionais de saúde que não aconselha a que avança com essa solução.
Este é mais um revés quanto à vacinação, pois impede que a população vai sendo inoculada, enquanto se aguarda pela chegada das restantes encomendas. O responsável da Task Force da vacinação, Francisco Ramos, já tinha explicado que tinha solicitado um parecer à EMA sobre a possibilidade de alterar o prazo entre as doses. A ideia era alargar para os 43 dias, como foi feito aliás nos ensaios clínicos. Mas, sublinha a ministra, a resposta já chegou e foi a de que “não dá”.
O Reino Unido decidiu começar a usar as doses disponíveis e começar a vacinar toda a população com a primeira dose, ma expetativa de que cada vez mais pessoas conseguiam obter algum tipo de imunidade. Recorde-se que a vacina da Pfizer é de duas tomas. Na primeira, e ao fim de 12 dias, ganha-se uma proteção de 52%. Quando se recebe a segunda dose, essa imunidade cresce, ao fim de uma semana, para 95%.