É a primeira pressão para o pós-Conselho Nacional (CN), que vai decidir o futuro da direção de Rui Rio. Pedro Rodrigues, ex-presidente da JSD, defende que a reunião de quinta-feira, no Porto, “será fundamental para clarificar a situação política vivida dentro do partido” e, num cenário em que a moção de confiança seja aprovada, convida os revoltosos a tiraram conclusões, ou seja, a demitir-se.
“A aprovação da moção de confiança não deixará de ser uma derrota política de todos quantos suscitaram este processo, a começar por Luís Montenegro. Caso a moção de confiança seja aprovada, não podem os presidentes da comissões políticas distritais que provocaram este movimento deixar de retirar as devidas consequências políticas”, afirma, em declarações à VISÃO, o social-democrata que Rio convidou para liderar a comissão para a reforma do sistema político, eleitoral e do funcionamento do PSD.
Mostrando-se confiante de que o texto que a direção submeterá à votação seja viabilizado pelos conselheiros, Pedro Rodrigues não nomeia os adversáriosm, embora seja claro que se refere a dirigentes como Pedro Pinto, Pedro Alves, Bruno Vitorino ou Maurício Marques. “Obviamente, caberá a cada comissão política das distritais fazer a devida avaliação sobre essa matéria, mas o que será inaceitável é que, caso a moção de confiança seja aprovada, não estejam incondicionalemte ao lado do líder do PSD, apoiando a estratégia política que levaremos às eleições europeias e às legislativas”, respondo, quando interrogado acerca das ilações que os opositores da direção deverão retirar da crise desencadeada na semana passada.
Por outro lado, o ex-deputado mostra-se “surpreendido” e “desapontado” com a “súbita tomada de posição de Luís Montenegro”, que lançou o repto a Rio para se enfrentarem em diretas, uma vez que, completa, na sua opinião, o antigo líder parlamentar “laranja” não revelou qualquer “projeto claro e inequívoco para a afirmação do partido na sociedade portuguesa”. “Não deixa de ser paradoxal e, de certa modo, irresponsável que o desafio à liderança do partido seja justificado pela ausência de um projeto mobilizador e, ao mesmo tempo, não tenha apresentado um outro que não fosse alicerçado em ideias vagas”, conclui.
O CN do PSD reúne-se esta quinta-feira, a partir das 17h, no Porto, sendo que entre os apoiantes e críticos de Rio existe uma nova polémica: a votação da moção de confiança ser realizada por voto secreto ou de braço no ar.