A Polícia Judiciária deteve hoje militares da Polícia Judiciária Militar e da Guarda Nacional Republicana e um outro suspeito e realizou buscas em vários locais nas zonas da Grande Lisboa, Algarve, Porto e Santarém.
De acordo com a SIC Notícias, entre os detidos estão o coronel Luís Augusto Vieira, diretor da Policia Judiciária Militar, e o comandante da GNR de Loulé, o sargento Lima Santos. As detenções estão relacionadas com o desaparecimento de armas em Tancos.
O sargento Lima Santos foi detido, em casa, pela Unidade de Contraterrorismo da Judiciária. Foram feitas buscas ao núcleo de investigação da GNR de Loulé e a dois adjuntos do comandante.
Em comunicado, a Procuradoria-Geral da República confirma a detenção de vários detidos entre a PJM e GNR.
“No âmbito de inquérito dirigido pelo Ministério Público, coadjuvado pela Polícia Judiciária, e na sequência de diligências hoje desencadeadas, foram efetuadas detenções. Entre os detidos estão militares da Polícia Judiciária Militar e da Guarda Nacional Republicana e um outro suspeito. Foram também realizadas buscas em vários locais nas zonas da Grande Lisboa, Algarve, Porto e Santarém”, refere o comunicado.
Os crimes em causa são vários: “associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas.”
A PGR refere que nesta operação foi coadjuvado pela Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária, “a qual contou com a colaboração de diversas unidades da PJ, nomeadamente o Laboratório de Polícia Científica”.
Entretanto, fonte da GNR disse à agência Lusa que estão a decorrer buscas no Núcleo de Investigação Criminal da Guarda em Loulé, que procuram provas sobre o comportamento de três militares da GNR.
Na Operação Húbris, participaram cinco magistrados do Ministério Público e cerca de uma centena de investigadores e peritos da Polícia Judiciária.
Segundo a PGR, o inquérito corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), sendo o Ministério Público coadjuvado pela Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária,
Os detidos, que o comunicado não refere o número exato, serão presentes ao Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
O furto de material militar dos paióis de Tancos – instalação entretanto desativada – foi revelado no final de junho de 2017. Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.
Em 18 de outubro, a Polícia Judiciária Militar recuperou, na zona da Chamusca, quase todo o material militar que tinha sido furtado da base de Tancos no final de junho, à exceção das munições de 9 milímetros.
Contudo, entre o material encontrado, num campo aberto na Chamusca, num local a 21 quilómetros da base de Tancos, havia uma caixa com cem explosivos pequenos, de 200 gramas, que não constava da relação inicial do material que tinha sido furtado, o que foi desvalorizado pelo Exército e atribuído a falhas no inventário.