Durante uma entrevista ao programa “Today”, da NBC, a propósito da série “The First” – que acompanha uma equipa de astronautas, liderada por uma mulher, e que se prepara para ir a Marte -, Sean Penn teceu uma série de críticas ao movimento #MeToo. Confrontado com uma pergunta da jornalista sobre se a série se inspirara no movimento contra o assédio e abusos sexuais em Hollywood, que explodiu no outono passado – com uma série de denúncias contra atores, produtores e outras pessoas poderosas da indústria do cinema -,o ator vencedor de dois óscares respondeu: “Gosto de pensar que nada disto foi influenciado por aquilo a que se chama #MeToo. Penso que se inspirou nas coisas que se têm desenvolvido em termos de ‘empowerment’ feminino, das mulheres que se têm reconhecido umas às outras e que têm sido reconhecidas pelos homens.”
O actor de 58 anos continuou: “Este é um movimento que foi largamente apoiado por um certo tipo de receptáculo de obscenos.” Questionado sobre o que queria dizer com isso, Sean Penn continuou: “Bom, nós não sabemos quais são os factos em muitos destes casos. Obsceno porque chamamos movimento a algo que é na verdade uma série de acusadores individuais, vítimas, acusações, algumas das quais infundadas. Muito do que tem sido o movimento #MeToo é dividir homens e mulheres.” Incitado a continuar a explicar-se, Penn disse ser “muito desconfiado de um movimento que se agita com grande estridência e raiva e sem nuances. E quando as pessoas tentam discutir essas nuances, a nuance é atacada.”
Questionado sobre se o movimento tinha crescido demasiado, Penn respondeu: “Acho que é muito preto e branco. Na maioria das coisas que são importantes, é muito bom desacelerar.”
Depois de em maio o ator, numa entrevista ao “The Guardian”, ter dito que o movimento era “não intelectualmente honesto”, “liderado por obsessão” e cheio de “auto-engrandecimento”, desta vez foi novamente alvo de críticas nas redes sociais.