O corpo de Mário Soares já está em câmara ardente, na Sala dos Azulejos, no Mosteiro dos Jerónimos.
O cortejo começou pelas 11horas junto à casa do antigo Presidente da República, no Campo Grande. Foi acompanhado por centenas de populares que aplaudiram nas ruas o antigo Presidente da República.
Junto ao Colégio Moderno, fundado pelo seu pai João Soares, eram centenas os alunos e os populares que aplaudiam a passagem da urna e gritavam “Soares é fixe”. Um slogan da campanha presidencial de 1986, que se eternizou e voltou neste dia a marcar as cerimónias fúnebres de Soares.
Na rua, Maria Filomena Rodrigues, 74 anos, não escondia as lágrimas. Estava ali para prestar homenagem àquele que para ela era “O Homem”. “Vim aqui prestar homenagem porque as minhas filhas andaram aqui no Colégio Moderno. Era um grande político. Figura histórica, livrou-nos do comunismo”, explicou à VISÃO.
O cortejo seguiu depois para a Câmara Municipal de Lisboa, onde a urna passou para armão militar (uma espécie de charrete puxada por cavalos). Foi também ali que Fernando Medina, o presidente da Câmara de Lisboa, depositou um cravo vermelho no caixão, não escondendo a emoção.
Os netos Jonas e Lilah Soares, com os filhos João e Isabel Soares ao lado, entregaram as condecorações do antigo Presidente da República, num dos momentos mais marcantes deste cortejo.
A urna chegou depois pelas 13:07 ao Mosteiro dos Jerónimos, onde foi recebida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e a ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, que está a representar o Governo até à chegada da Índia do ministro dos Negócios Estrangeiros.
Centenas de populares receberam o armão a aplaudir e a gritar “Soares é fixe”. Antes disso ouviu-se o hino nacional, pela banda da GNR.
O velório decorrerá esta tarde até à meia noite e novamente amanhã pela manhã. Os populares que quiserem prestar uma última homenagem a Mário Soares poderão entrar no Mosteiro e dirigir-se à sala dos Azulejos, onde se encontra o corpo.
Amanhã, nos claustros do Mosteiro dos Jerónimos, lugar simbólico da adesão de Portugal à CEE, a 12 de Junho de 1985, era então primeiro-ministro Mário Soares, decorrerá a sessão evocativa do fundador do PS, antes do seu funeral, no Cemitério dos Prazeres.