O consultor Diogo Lacerda Machado afirmou hoje que aceitou dar ajuda técnica ao Governo de António Costa movido pelo “espírito de serviço público”, lamentando que tenha sido alvo de “notícias falsas e maldosas”, que tornaram esse momento muito difícil.
“Tive momentos muito difíceis na vida, mas nunca me foi tão difícil enfrentar uma circunstância da vida como esta”, afirmou hoje o advogado Lacerda Machado, numa intervenção inicial na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, agradecendo a oportunidade de “prestar todo o esclarecimento público”.
O advogado Diogo Lacerda Machado, que mediou as negociações da reprivatização da TAP em nome do Governo de Costa, vai hoje ao parlamento por requerimento do PSD, que exige explicações sobre o processo e o seu papel como “negociador”.
Quando foi chamado a 15 de fevereiro, com caráter de urgência, os deputados do PSD queriam saber em que estatuto o amigo pessoal de António Costa estava a negociar com os donos da TAP, mas entretanto Lacerda Machado já foi contratado, por ajuste direto, para prestar ao primeiro-ministro serviços de consultadoria em assuntos de “elevada complexidade e especialização”, como refere o contrato tornado público.
O advogado de 54 anos está também a mediar as conversações com os lesados do papel comercial do Banco Espírito Santo (BES) e fez a ponte na disputa entre os espanhóis do CaixaBank e a empresária angolana Isabel dos Santos em busca de um entendimento para o BPI, mas são as negociações para devolver ao Estado a maioria do capital da TAP que estão debaixo dos holofotes.