Estava prometido desde sexta feira: se o presidente do CCB, António Lamas, não se demitisse, o ministro da Cultura, João Soares, tomaria a deicisão por ele. O ministro discordava com o Plano Estratégico Cultural da Área de Belém, proposto por Lamas ao anterior governo, e considerava inadmissível que a Câmara de Lisboa não tivesse sido envolvida nos trabalhos da Estrutura de Missão da Estratégia Integrada de Belém (liderada também por Lamas).
A demissão teria de esperar e só seria confirmada à noite.
O ministro tinha um dia carregado. Começara em Portalegre, passara depois por Montemor-o-Novo, Viana do Alentejo e Évora e seguira para Lisboa, para assistir à conferência que marcava o 28º aniversário da rádio TSF. Às 20 e 30, assistiria à antestreia do filme O Amor é Lindo…Porque Sim!, de Vicente Alves do Ó (nas salas a 10 de março).
António Lamas só foi chamado ao gabinete de João Soares à noite. Recebeu, das mãos do ministro, cópia do despacho da sua exoneração do cargo de presidente do Centro Cultural de Belém.
Elísio Summavielle, ex-secretário de Estado da Cultura, atual é o homem que se segue, à frente do Centro Cultural de Belém.