Os portugueses andam há quinze dias a ouvir falar de pormenores do Orçamento do Estado para 2016, mas só esta tarde, a partir das 15 horas, é que ele vai ser dicutido na Assembleia da República. “Não é o OE do Bloco de Esquerda”, disse Catarina Martins. “Este não é o Orçamento do PCP”, disse, também, Jerónimo de Sousa. Porém, os dois partidos à esquerda do PS vão viabilizar o documento do PS.
O PSD, reunido em jornadas parlamentares no final da semana passada para discutir o OE, vai votar contra, assim como o CDS. Pedro Passos Coelho foi o primeiro a anunciar, logo após o debate do programa do Governo, que os socialistas não poderiam contar com o seu apoio.
“O PS não tem nenhuma legitimidade para nos pedir seja o que for. No dia em que o PS tiver de depender dos votos do PSD ou do CDS-PP para aprovar alguma matéria que seja importante, eu espero é que o doutor António Costa peça desculpa ao país, diga que enganou o país na solução que corporizou ao derrubar o Governo anterior para poder oferecer um Governo minoritário e instável no parlamento, e se demita”, assumiu o ex-primeiro-ministro em declarações à RTP.
O Governo continua a mandar recados à direita, na expectativa de contar com a sua abstenção. Depois de o primiero-ministro António Costa ter dito, ao Expresso, que “o tempo dos adversários já passou”, hoje foi a fez de Ausgusto Santos Silva dar uma entrevista ao Público apontando no sentido dos consensos necessários.
“Entre PS e PSD, na justiça, na segurança interna, na defesa nacional, na política europeia, na política externa e no comprometimento com a união económica e monetária. os consensos não são só potenciais mas absolutamente necessários”, lançou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Independentemente da posição da direita, o PS conta já com 122 votos a favor (PS+BE+PCP+CDU) e apenas 107 (PSD+CDS) contra. Só André Silva, do PAN, ainda não anunciou o seu sentido de voto.