Nos últimos dias de 2015, falámos com Assunção Cristas. Pedimos-lhe que fizesse umas selfies – fotografadas e faladas – para a VISÃO. Aqui fica o resultado.
Uma mulher “sem terra”
A minha mãe nasceu em Angola e o meu pai em Moçambique. A minha terra é Luanda. Foi onde nasci. Portugal só é a terra dos avós. Vivo em Lisboa desde os nove meses, portanto é a minha cidade. Mas na altura do Natal, em que se fala de “ir para a terra”, para as raízes, eu fico em Lisboa, com a ideia que não tenho propriamente terra.
![Assunção Cristas é candidata à Câmara de Lisboa](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/8088178selfie-assuncao-cristas-02.jpg)
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Os filhos e a passagem do tempo
Tenho quatro filhos, de duas gerações. Os primeiros de 14, 12 e 10; a mais pequenina com dois anos e meio. É uma extraordinária alegria vê-los crescer. A maneira mais impressiva de perceber a passagem do tempo é pelas crianças. Quando comecei no governo, tinham 10, oito e seis. O mais novo ainda estava no pré-escolar. Agora estão com outras idades e a mais pequenina passou a fazer parte da família. É um desafio constante, mas costumo dizer que a política e as funções que ocupamos passarão sempre, mas a família vai estar sempre connosco.
![selfie assuncao cristas 04.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/8088180selfie-assuncao-cristas-04.jpg)
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A descoberta tardia da política
Quando me perguntam a profissão, digo “professora universitária”. É como me continuo a definir. Sou doutorada em Direito, professora associada da Universidade Nova de Lisboa, tenho uma carreira que está um bocadinho suspensa, mas acredito sempre que há maneira de a retomar. Do que tenho mais saudades é de escrever – coisas de direito e não de direito. Mas a advocacia é muito absorvente e não consigo estar na política e na advocacia ao mesmo tempo.
A política foi uma descoberta tardia. Entrei para a política com 32 anos, doutorada, mãe de três filhos. Portanto, fui um bocadinho à experiência. Gosto muito e não tenho problema nenhum em dize-lo. Acho que é um tempo muito bem empregue. E explico melhor aos meus filhos o tempo que não estou com eles quando ele está aplicado na política, porque é um trabalho em prol de todos.
![selfie assuncao cristas 01.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/8088182selfie-assuncao-cristas-01.jpg)
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Amante de chá – preto
As minhas refeições preferidas são as intermédias – o pequeno almoço e o lanche. Adoro! Esta altura, em que se tem mais tempo para estar em casa, com a famílias e os amigos, é um tempo para o chá. Gosto muito de chá, em particular o earl grey. É o meu preferido. Para mim, chá, é preto. O inverno puxa mais ao chá, à mesa e à família e remete para um lanche com bolos e pão, torradas… e chá.
![selfie assuncao cristas 03.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/8088184selfie-assuncao-cristas-03.jpg)
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Desejo de ter mais tempo para os livros
Quando me perguntam para que gostaria de ter mais tempo, em primeiro lugar digo a família, mas a seguir vêm logo os livros. Gosto muito de ler. Tenho menos tempo para ler literatura, que é do que gosto mais – gasto mais tempo a ler coisas técnicas, políticas. Gosto particularmente de poesia. Trouxe comigo um livro de um poeta português contemporâneo e meu amigo de longa data (Pedro Mexia). Ter mais tempo para ler é uma coisa que anseio e acho que ansiarei todos os dias da minha vida.