A internet assistiu na terça-feira, dia 17 de novembro, ao nascimento de uma onda de apoio à candidatura de Rui Rio sob a forma virtual. Duas páginas, uma das quais na rede social Facebook, dão corpo aos desejos de um ‘centrão’ que se diz “desiludido com Marcelo Rebelo de Sousa e órfão de candidato a Belém”. Para já, fixe estes endereços: www.ruirioapresidente.net e https://www.facebook.com/ruirioapresidente.
Conforme noticiou logo de manhã de terça-feira, a VISÃO teve acesso ao primeiro esboço do site, onde se lêem os motivos para esta iniciativa. “Portugal vive momentos incertos.As eleições constituem sempre uma oportunidade de reflexão e de intervenção nos destinos do país.Da política à economia, passando pelas questões sociais, o nosso futuro coletivo exige responsabilidade, dedicação e experiência.É neste quadro de exigência que a candidatura do Dr. Rui Rio à Presidência da República faz sentido”.
Nos primeiros minutos de vida, o site principal teve 43 subscrições de portugueses, dois dos quais radicados no Luxemburgo.
A última vez que Rio se manifestou sobre a candidatura a Belém foi num artigo de opinião do JN, em outubro, para dizer que tinha perdido a oportunidade e que não seria candidato. Porém, é nesse mesmo artigo que os seus apoiantes lêem hoje as razões de uma ainda possível candidatura.
Na altura, o ex-autarca lamentou não estarem criadas as condições para fazer reformas que permitam “revitalizar o sistema político para que o cidadão nele se volte a rever” ou que “influenciem as relações de poder no sentido de uma real democratização da vida nacional”.
Os seus apoiantes discordam. “Rui Rio achou que não tinha condições para fazer a reforma do sistema político que, para ele, é indispensável como forma de credibilizar o sistema. Ora, a realidade dos últimos tempos veio demonstrar que isso tem de ser, de facto, uma prioridade. Rio é o homem certo para implementar a reforma”, assume um deles.
No mesmo artigo, o social-democrata escrevia que não queria ser divisionista e queixava-se da falta da apoio das direções dos partidos da coligação PSD/CDS, que decidiram “dar liberdade de voto” nas eleições presidenciais. Porém, também isso é hoje visto com outros olhos. Passos não deu o apoio formal a Rui Rio, mas também não deu apoiou oficialmente nenhum outro candidato, a saber, Marcelo Rebelo de Sousa.
Depois de tantos avanços e recuos, é preciso recordar que Rio sempre esperou por uma onda de apoio, uma vaga de fundo. A onda está a ser criada e vai incluir tanto apoiantes do ex-autarca como os órfãos deixados pelo avanço de Marcelo. Uma coisa é certa, será a última oportunidade para Rio entrar na corrida a Belém.