Quem esperava que Nuno Morais Sarmento se assumisse como um dissidente da linha oficial do partido ficou desiludido. O ex-ministro de Durão Barroso e Pedro Santana Lopes elogiou, a partir do púlpito instalado no Coliseu, a capacidade de liderança de Pedro Passos Coelho, que soube lidar como ninguém com a crise da coligação em julho.
Morais Sarmento apresentou-se ao congresso “sozinho e livre” e mostrou o seu “profundo reconhecimento a quem encontrou o País à beira da bancarrota e o levou a terra firme”, ou seja, o atual primeiro-ministro.
Ao analisar o papel da oposição, deixou um conselho a Passos Coelho: usar José Sócrates como um barómetro e continuar a fazer o que faz quando é criticado pelo seu antecessor.
Sobre o futuro, o antigo dirigente do PSD disse que a partir daqui, é preciso seguir “envolvendo todas as oposições” num “acordo de convergência” para preparar “uma saída à portuguesa que acautele” os próximos tempos.
E acrescentou que a vida da maioria das pessoas não está melhor do que há dois anos, o que não quer dizer que nao estejamos a inverter o ciclo. “Estamos melhor, porque Portugal está melhor”, disse.
Resta saber o que fará Passos Coelho, que assistiu à intervenção de Morais Sarmento, na sequência desta declaração. Morais Sarmento já disse “presente”.