O presidente do BPI não pede desculpa pelas afirmações que fez na semana passada sobre os sem-abrigo e a capacidade dos portugueses aguentarem mais sacrificios. Fernando Ulrich não percebe o alarido feito à volta desta questão. O banqueiro, que esteve a ser ouvido no Parlamento respondia ao deputado socialista João Galamba, que exigiu um pedido de desculpas.
“Fiz afirmações absolutamente banais e não vejo porque alguém se choca com elas. Quando disse o que disse, nomeadamente sobre os sem-abrigo (…), na minha cabeça era um sinal de respeito pelas pessoas que têm que viver nessa situação tão dramática, mas confesso que não consigo entender todo este alarido à volta desta questão”, afirmou o responsável numa audição na Comissão parlamentar de Orçamento e Finanças.
Fernando Ulrich respondia ao deputado do PS João Galamba que exigiu um pedido de desculpas do presidente do BPI aos portugueses devido a estas declarações considerando as como “observações inaceitáveis com os seus concidadãos”, e de um “enorme mau gosto: “manda a boa educação que o senhor Fernando Ulrich deva pedir desculpas às pessoas que insultou com as suas declarações”, disse.
O banqueiro respondeu ao deputado garantindo que não recebe “lições de sensibilidade” e que não vê razão para pedir desculpa.
“Gostava de dizer também que não recebo lições de sensibilidade. O que tinha a aprender, aprendi em casa com a minha família, na escola e na igreja católica. Não tenho de pedir desculpas a ninguém, não teria nenhuma dificuldade em o fazer”, afirmou Fernando Ulrich, sublinhando que não sente tal necessidade.
“O nível de sacrifícios e de austeridade que uma sociedade pode estar sujeita depende do desemprenho da sua economia. No caso português dada a situação particular que nos deixámos colocar, está também dependente da vontade dos nossos credores. Foi isso que eu disse procurando desmontar a ideia que dizendo às pessoas que não podemos suportar mais sacríficos isso é suficiente para que eles não aumentem. Infelizmente a economia não funciona assim. Obviamente ninguém gosta que alguém faça sacríficos sejam eles quais forem”, explicou ainda.