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O chefe dos bombeiros voluntários madeirenses, Afonso Nóbrega, afirmou à agência Lusa, que, “devido ao vento inconstante, o combate ao incêndio está a ser fortemente prejudicado, além de que estão apenas cinco homens da corporação, apoiados por um veículo a combater o fogo”.
“Temos populares a ajudarem-nos, conseguimos salvar a escola, mas agora o fogo está junto à capela e a ameaçar muitas casas”, referiu, a meio da tarde.
Sem bombeiros
As chamas que lavram na Freguesia de Gaula, concelho de Santa Cruz, na Madeira, já destruíram uma casa e, pelo menos até ao início da tarde, estavam a ser combatidas apenas pelos populares apesar dos apelos do presidente da junta, Élvio Sousa.
“As pessoas estão a fazer o que podem. Estão aqui 30 moradores a tentar com os seus meios evitar que o fogo chegue às casas. Já houve uma casa que abateu e estamos aqui a acompanhar o andamento do vento e do fogo com baldes e folhagens e mangueiras. É o que temos neste momento”, disse.
Quando o tempo não ajuda
A temperatura elevada e os baixos níveis de humidade no ar fazem do dia de hoje o “mais gravoso” para os incêndios que lavram na ilha da Madeira, disse à Lusa a meteorologista Margarida Gonçalves.
“Em termos de temperatura e de valores de humidade relativa, hoje será o dia mais gravoso para os incêndios que estão a ocorrer na ilha da Madeira”, afirmou a meteorologista.
“Algum vento com uma massa de ar muito quente e com valores de humidade relativa muito baixos faz com que haja situações favoráveis aos incêndios”, acrescentou.
Mão criminosa
Segundo o presidente da câmara do Funchal, Miguel Albuquerque, o incêndio de grandes proporções que deflagrou na zona do Palheiro Ferreiro consumiu uma área de 28,7 hectares e teve origem criminosa.
“Este incêndio foi detetado às 20:41 de quarta-feira, teve origem no Lombo Centeiro e tudo indica que teve origem de mão criminosa, foi fogo posto, segundo testemunhas oculares, porque coincidiu com a hora de rendição do pessoal que estava a patrulhar aquela zona do Caminho dos Pretos”, disse o autarca na conferência de imprensa para fazer o balanço oficial do sinistro.
Miguel Albuquerque declarou que “o objetivo era fazer com que o fogo alastrasse para a zona oeste, de eucaliptos e acácias, mas como o vento estava de sul, virou para a zona urbana”.
Reforço de meios chega para ajudar “portugueses aflitos”
O combate às chamas, mas sobretudo a ajuda às pessoas que vivem momentos de desespero, são as prioridades para o reforço de bombeiros e militares que aterraram às 12:10 no Funchal, provenientes do Montijo.
A bordo do C-130 da Força Aérea, os 83 elementos da Força Conjunta da Autoridade Portuguesa da Proteção Civil quer “apoiar colegas e ajudar portugueses aflitos”, disse à Lusa adjunto do comando dos bombeiros voluntários de Montelevar, Sintra.
“Compreendemos os colegas que precisam de descanso e a aflição das pessoas que precisam de auxílio”, sublinhou Ricardo Silva.