Em conferência de imprensa, João Cordeiro respondia desta forma ao anúncio da ministra da Saúde, Ana Jorge, que terça-feira disse que o Governo não pagaria as comparticipações dos medicamentos de marca substituídos por genéricos sem autorização do médico, devolvendo as receitas às farmácias.
Para o presidente da ANF, trata-se de uma “medida administrativa” que terá como resposta acções em tribunal.
João Cordeiro anunciou ainda que, no caso de devolução das receiras médicas sem o pagamento da comparticipação do Serviço Nacional de Saúde, será a associação e não as farmácias a arcar com o prejuízo.
A partir de hoje, os doentes vão ser informados do valor que poupariam se o medicamento de marca prescrito pelo médico fosse substituído pelo genérico mais barato, mas não poderão ver o seu medicamento substituído.
Os doentes passam a receber na factura o valor da poupança que teriam caso a iniciativa da ANF não tivesse sido suspensa.
Desde quarta-feira passada, as farmácias começaram a substituir medicamentos receitados pelos médicos por genéricos mais baratos, mesmo contra a vontade dos médicos, uma medida considerada ilegal pelo Ministério da Saúde e pela Ordem dos Farmacêuticos.
A Ordem dos Médicos alertou que a iniciativa representava um perigo para a saúde pública e ameaçou recorrer para o Ministério Público.