Uma visita guiada aos lugares de Leonor Teles
O assassinato do pai de Leonor, Martim Teles, e a morte da sua mãe, Aldonça de Vasconcelos, levou a que a mais nova dos Teles fosse entregue aos cuidados dos tios João Afonso Telo e Guiomar Lopes Pacheco, a quem o rei D. Pedro I de Portugal concedera o mais importante condado português, o condado de Barcelos.
João Afonso, primo direito de Inês de Castro, tornou-se assim no 4º Conde de Barcelos, e no reinado seguinte mordomo-mor e embaixador do jovem rei D. Fernando, senhor de um poder enorme que, evidentemente, usou para promover a família, ajudando a abrir caminho para que a sua extraordinariamente bonita sobrinha Leonor chegasse ao trono.
E foi no paço de Barcelos — não o que ali vemos em ruínas, mas num mais antigo que não devia distar muito deste — que a futura rainha passou parte da sua infância e juventude, e provavelmente celebrou o seu primeiro casamento, com João Lourenço da Cunha, senhor de Pombeiro, ouvinte atenta dos relatos dos peregrinos que rumavam a Santiago e das histórias dos diabos e das bruxas, lendas antigas desta região. Mal sabendo, então, que um dia também a ameaçariam queimar na fogueira.