O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, está convencido de que Vladimir Putin não teria invadido a Ucrânia se tivesse nascido mulher. Na véspera da cimeira da NATO, que decorre entre esta quarta e quinta-feira em Madrid, e após o encontro dos sete países mais ricos do mundo, na Alemanha, Johnson afirmou à televisão pública germânica, a ZDF, que as decisões do presidente da Rússia são condicionadas por uma característica comum a outros homens.
“Se Putin fosse uma mulher, que obviamente não é, não creio que tivesse embarcado numa guerra louca de macho, de invasão e violência, da maneira que o fez”, declarou o chefe de governo britânico, antes de reforçar a ideia: “Se querem um exemplo de masculinidade tóxica, é o que ele está a fazer na Ucrânia.”
Na sequência deste raciocínio, o chefe do governo britânico acrescentou ainda que o mundo “precisa de mais mulheres em posições de poder”.

Estas declarações surgem escassos dias depois de os líderes do G7 terem troçado do historial de aparições públicas de Vladimir Putin em poses exibicionistas. Foi o próprio Boris Johnson quem deu o mote, ao perguntar aos seus homólogos se não seria melhor despirem os casacos, tendo em conta o calor na sala. “Temos de mostrar que somos mais duros de que Putin”, atirou, com resposta pronta de Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá: “Vamos ter a versão de montar a cavalo em tronco nu.”
Ursula von der Leyen, presente no encontro em representação da Comissão Europeia, não resistiu a concordar que a imagem de Putin a cavalgar sem t-shirt era “a melhor”, ao que Boris Johnson ripostou: “Temos de lhes mostrar os nossos peitorais.”
Tiradas jocosas à parte, a NATO anunciou que vai reforçar as suas posições na frente oriental, com o aumento de soldados em prontidão de 40 mil para 300 mil, isto numa altura em que a Finlândia e a Suécia já receberam luz verde para aderir à organização.