“Todos os sinais apontam para o facto de as vítimas terem sido deliberadamente atingidas e mortas diretamente. E esta evidência é muito perturbadora”, afirmou Elizabeth Throssell, durante uma conferência de imprensa da ONU em Genebra.
A responsável do Alto Comissariado sublinhou que o direito internacional humanitário proíbe o ataque deliberado a civis, fazendo-o equivaler a um crime de guerra.
“Temos de investigar, mas, embora consigamos entender que um prédio, por exemplo, seja atingido num contexto militar, é difícil imaginar qual possa ser o contexto militar [que explique] um indivíduo deitado na rua com uma bala na cabeça ou cadáveres queimados”, referiu a porta-voz.
A divulgação na imprensa internacional de fotos tiradas nesta cidade que mostram corpos na rua, alguns com as mãos amarradas nas costas ou parcialmente queimados, além de valas comuns, provocou uma onda de condenação internacional contra a Rússia.
As autoridades ucranianas acusam os militares russos, que ocuparam a cidade de Bucha durante várias semanas, de terem massacrado civis, o que Moscovo nega, acusando as autoridades ucranianas de terem encenado as imagens.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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