As autoridades russas apontam entre 80 a 95 mil o número de pessoas que, esta tarde, se deslocaram ao estádio olímpico de Luzhniki, em Moscovo, Rússia, para ouvirem o discurso de Vladimir Putin e manifestarem o seu apoio à ofensiva militar russa na Ucrânia – o Kremlin aponta ainda que cerca de outras 100 mil pessoas permaneceram do lado de fora, em torno do recinto.
A imprensa internacional indica que mais de 200 mil pessoas saíram, hoje, às ruas da capital russa, naquilo que está a ser lido como um sinal de aprovação massiva da população à política de guerra do presidente russo.
A Rússia assinala, esta sexta-feira, 18, o 8.º aniversário da anexação da península da Crimeia, no sul da Ucrânia. A data é comemorada todos os anos, desde 2014, mas, segundo os média, as comemorações deste ano bateram o recorde de participação popular. De acordo com os relatos, muitos dos participantes ergueram bandeiras com o símbolo “Z”, que tem sido usado naquele País para demonstrar apoio à invasão da Ucrânia.
O evento, chamado “Primavera da Crimeia”, contou com a participação de Vladimir Putin, que discursou perante a multidão, envoltas num mar de bandeiras russas. Com cartazes, atrás de si, que o se podia ler “Pela paz sem nazis” e “Pela Rússia”, Putin invocou a Bíblia para justificar a guerra em curso.
“Sabemos o que precisamos fazer, como fazer e a que custo. E vamos cumprir absolutamente todos os nossos planos”, prometeu, perante um público entusiasmado, o presidente russo.
A iniciativa contou ainda com a presença de um indivíduo, identificado como pai de um militar alegadamente morto em combate na invasão da Ucrânia, que declarou que “temos de terminar o que começámos e libertar a nossa terra do fascismo”, diante de uma plateia comovida.
Recorde-se que a Rússia lançou, no passado dia 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou, pelo menos, 780 mortos e 1.252 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,1 milhões para os Países vizinhos, segundo os mais recentes dados das Nações Unidas.