A guerra começou há uma semana e meia e não se sabe quando acabará. Entre as vítimas estão crianças, jovens, estudantes, médicos, professores, e tantos outros.
A família do polícia ucraniano
Foi no dia 24 de Fevereiro que o polícia ucraniano soube que perdeu cinco elementos da sua família, perto de Nova Kakhovka, nos arredores de Kherson. A família de Oleg Fedko, sabendo que a cidade ia ser atacada, tentava fugir em dois carros separados. Pelo meio da fuga, ficaram a mãe e o pai, Anna e Oleg Fedko de 56 anos, a mulher, Irina, a filha Sofia de seis anos e o bebé Ivan. Os adultos morreram no local mas os mais pequenos ainda foram transportados para um hospital, onde não conseguiram sobreviver aos ferimentos.
“O primeiro carro conseguiu passar à frente dos militares russos, que naquele momento já entravam na vila, e o segundo carro não teve tempo”, lê-se na notícia do jornal ucraniano Zaxid.
A menina do pijama de unicórnios
Tornou-se uma das caras da guerra: a menina do pijama de unicórnios. A menina de seis anos morreu por causa de um bombardeamento russo na cidade de Mariupol, no meio das tentativas de afastar os invasores.
A família estava num supermercado nos arredores da cidade quando o bombardeamento russo começou, segundo a Associated Press. A menina ainda foi socorrida e levada para o hospital mas não sobreviveu.
Um médico que estava a auxiliar e a controlar o oxigénio da menina, olhou para a câmara de um fotojornalista da Associated Press que estava na sala e disse: “Mostrem isto a Putin. Os olhos desta criança, e médicos a chorar.”
A menina que se tornou o primeiro rosto da Guerra
Polina era uma menina que devia ter cerca de nove ou 10 anos e estava no último ano da escola primária. Foi o primeiro rosto associado à tragédia da Ucrânia. A família de Polina seguia de carro quando foi atingida a tiro, revelaram as autoridades de Kiev na segunda-feira de manhã. A menina e os pais morreram pelas mãos de um grupo russo não identificado.
O irmão de Polina está a ser acompanhado e a receber tratamentos no hospital infantil Okhmatdyt e a sua irmã está nos cuidados intensivos num outro hospital. Os dois irmãos foram os únicos sobreviventes, ficando órfãos.
O estudante indiano
Um estudante indiano foi morto na cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia. Naveen Shekharappa Gyandagoudar, com 21 anos, estava num supermercado a comprar alimentos quando foi surpreendido com o ataque.
A notícia foi avançada pelo Ministério das Relações Exteriores da Índia.
O secretário das Relações Externas da Índia exigiu aos embaixadores da Rússia e da Ucrânia uma “passagem segura urgente para os cidadãos indianos” que ainda estão em Kharkiv e nas zonas de conflito. Milhares de estudantes indianos frequentam universidades na Ucrânia e muitos ficaram presos desde o início da invasão.
O Dj de Israel
Roman Brodsky não foi morto pelas autoridades russas. O DJ israelense morreu por um engano das tropas ucranianas. A verdade é que o exército ucraniano confundiu o homem, garante o pai: “Eles pensaram que era checheno ou algo assim e mataram-no”, cita-o o The Times of Israel. O Dj estava conduzir em direção à Moldávia na tentativa de regressar a Israel.
Apesar de ter sido morto por ucranianos, a família culpa Vladimir Putin pela morte de Roman Brodsky. O homem tinha dois filhos e vivia na Ucrânia há 27 anos com a família.
A professora ferida
Apareceu em todas as manchetes da imprensa internacional como um símbolo comovente da situação da Ucrânia. A professora Olena Kurilo foi fotografada pelo fotojornalista da Agência Anadolu, Wolfgang Schwan, com a cabeça ligada, ferida,e com o rosto coberto de sangue.
A mulher sobreviveu ao ataque aéreo na cidade de Chuhuiv, na região de Kharkiv, leste da Ucrânia, na quinta-feira passada.
A jovem médica
Chamava-se Marina Kalabioni e era uma jovem médica de um centro de cardiologia pediátrico. Foi morta pelas tropas russas enquanto tentava conduzir até à aldeia de Kukhari, perto de Kiev, para levar o sobrinho ao hospital.
O ministro da Saúde ucraniano, Viktor Liashko, contou a sua história na rede social Facebook, anexando uma foto da jovem no hospital infantil.
“São terroristas desumanos e isto não pode definitivamente ficar impune! Esta manhã fiz um apelo aos médicos russos para condenarem os atos deste tirano, para irem à praça pública exigir que se acabe com a guerra e defender a proteção dos colegas, médicos ucranianos”, escreveu.
As duas professoras
No cemitério do distrito de Kalininsky, realizou-se o funeral e a despedida de duas professoras que foram mortas num ataque a Gorlovka, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, no dia 25 de fevereiro.
Yelena Kudrin era professora de geografia e Yelena Ivanova era vice-diretora. Ambas trabalhavam juntas numa escola secundária.
O estudante de engenharia
Mohamed Abdel-Moneim, um estudante de 25 anos, procurava refúgio num abrigo, assim como outros estudantes universitários do Egito e do Sudão, quando foi atingido na cabeça por um tiro. “Mohamed amava a ciência e a vida”, disse o irmão ao site The New Arab .
“Não o vimos durante dois anos e meio devido à pandemia e às interrupções nos voos, mas estávamos em contacto constante”, reforça. Abdel-Moneim mudou-se para a Ucrânia para estudar engenharia aeronáutica. Já se tinha formado e planeava voltar para a Argélia, mas ficou na Ucrânia por causa de questões burocráticas.
O menino de seis anos
Um menino foi morto quando um bairro foi bombardeado em Chuhuiv, uma cidade nos arredores de Kharkiv.
Não se conhece muito sobre o menino, mas sabe-se o seu irmão de 13 anos está a ser tratado num hospital infantil em Kiev, informou a BBC, que confirmou a morte do menino de seis anos.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades. O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.