Vladimir Putin telefonou esta quinta-feira a Emmanuel Macron, e da conversa o presidente francês concluiu que “o pior está para vir”, na ofensiva russa em território ucraniano. O seu homólogo da Rússia, segundo o jornal Le Monde, comunicou-lhe a “firme determinação” de prosseguir com a invasão ao país vizinho até conseguir obter não só o controlo de Kiev, a capital, como de toda a Ucrânia.
Num telefonema de uma hora e meia, Putin garantiu a Macron que o plano das forças armadas russas está a decorrer como previsto. O objetivo assumido é tomar todo o território ucraniano, seja pela via diplomática ou militar, se a resistência se recusar a baixar as armas. A mensagem foi clara, no sentido de informar que os ataques se vão intensificar se Volodymyr Zelensky insistir numa estratégia de combate – isto no mesmo dia em que decorre a segunda ronda de negociações entre delegações dos dois países em conflito.
Nos últimos dias, os alvos militares que dominaram os primeiros bombardeamentos parecem estar a ser substituídos por alvos civis, com vários analistas a anteciparem uma mudança no modo de atuar do exército russo. Teme-se que, face à resistência encontrada pelo caminho, seja adotada uma ordem de destruição total, como aconteceu na segunda Guerra da Chechénia, em 1999 e 2000, assim que Putin chegou ao poder.
Da parte de Macron, ficou o aviso a Putin de que estava a cometer um grande erro e que a Rússia ficaria isolada do resto do mundo durante muito tempo, se a guerra continuar.