As autoridades ucranianas confirmaram que as tropas russas entraram hoje em Kharkiv.
“Os veículos inimigos estão a circular pela cidade. Devido à situação operacional, o transporte no distrito de Oleksiyivka foi cancelado”, informou na plataforma de mensagens Telegram o Serviço de Estado da Ucrânia para Comunicações Especiais e Proteção da Informação.
Na publicação é possível ver um vídeo no qual se observam vários veículos blindados numa zona urbana.
“Durante as últimas 24 horas, as forças armadas russas bloquearam completamente as cidades de Kherson e Berdiansk”, que têm respetivamente 290.000 e 110.000 habitantes, adiantou por sua vez o Ministério da Defesa russo, citado pela agência de notícias TASS.
Enormes explosões iluminaram o céu no início de hoje a sul da capital, Kiev, onde as pessoas se abrigam nas suas casas e espaços subterrâneos para se protegerem de um ataque em grande escala por parte das forças russas.
Um depósito de petróleo perto do aeroporto de Zhuliany, a cerca de 40 quilómetros a sul da capital, está em chamas, atingido num ataque russo, segundo o gabinete do Presidente, Volodymyr Zelensky, e o presidente da câmara da cidade vizinha de Vasylkiv.
O gabinete de Zelensky também disse que as forças russas fizeram explodir outras instalações de combustível em Kharkiv, a segunda maior cidade do país, levando o governo a avisar as pessoas para se protegerem do fumo, cobrindo as janelas com panos húmidos.
As forças ucranianas mantêm as suas posições e os combates decorrem “nos mesmos locais de há três dias”, disse hoje o assessor presidencial ucraniano Mikhail Podoliak.
Homens, mulheres e crianças aterrorizados procuraram segurança dentro das casas e em espaços subterrâneos, e o Governo manteve um recolher obrigatório de 39 horas para manter as pessoas fora das ruas.
Mais de 150.000 ucranianos fugiram para a Polónia, Moldávia e outros países vizinhos, e as Nações Unidas avisaram que o número poderia aumentar para quatro milhões se os combates se intensificassem.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 150.000 deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.