A candidata do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, escolheu, esta terça-feira, o governador Tim Walz para ser o candidato a vice-presidente na eleições presidenciais de Novembro.
Waltz era um de três políticos democratas nos quais Kamala Harris tinha focado a sua busca por um parceiro de candidatura, sendo os outros o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, e o senador do Arizona, Mark Kelly.
A candidata, segundo a agência Reuters, escolheu “um defensor de políticas progressistas e um porta-voz do coração da América para ajudar a conquistar os eleitores brancos e rurais”.
O governador do Minnesota, de 60 anos, lidera o estado desde 2018, para o qual foi reeleito em 2022. Tim Walz nasceu em Nebraska, onde foi professor de geografia e treinador de futebol americano. Além disso, esteve também 24 anos na Guarda Nacional do Exército dos EUA. Foi eleito para a Câmara dos Representantes em 2006 onde exerceu funções durante 12 anos até ser governador do Minnesota.
Como governador, Tim Walz é conhecido pela sua agenda progressista que inclui refeições escolares gratuitas, metas para combater as mudanças climáticas e até cortes de impostos para a classe média do Minnesota.
A Reuters menciona ainda que o agora candidato a vice-presidente dos EUA defende o direito ao aborto, mas mostra uma tendência conservadora por defender os interesses agrícolas e apoiar o porte de arma.
Pandemia
No início da pandemia, enquanto vários governantes do país e do mundo ainda tentavam desvalorizar a Covid-19, Walz ordenou que as escolas fossem encerradas, numa primeira fase. Mais tarde, ordenou que restaurantes e locais de culto fechassem as suas portas e os habitantes de Minnesota ficassem em casa, além de exigir a utilização de máscaras faciais.
“As restrições que inicialmente pretendiam ser breves acabaram por se estender e os habitantes ficaram frustrados com as limitações de suas vidas e a autoridade de Walz”, menciona a NPR. Ainda assim, este seria apenas um dos desafios que Walz teria de enfrentar.
George Floyd
O mandato de Walz como governador foi marcado pela morte de George Floyd, em maio de 2020, por um polícia branco, que acabou por ser condenado. Minneapolis, a maior cidade do estado, tornou-se a origem dos vários movimentos de manifestações anti-racistas que acabaram por acontecer um pouco por toda a América.
O ministro Al Sharpton, fundador e presidente da National Action Network, recorda que, na altura, Walz ouviu pedidos de justiça para Floyd. “Eu aprendi que ele era um homem que vai ouvir e fazer o que é certo por aqueles que ele representa”, disse em comunicado, mencionado pela Reuters. “Por isso, podemos contar que o governador Walz tenha o mesmo tipo de abordagem como vice-presidente de Kamala Harris.”
Aborto
Em 2022, Walz ganhou a reeleição depois de fazer campanha com a promessa de que iria proteger o acesso aos serviços de aborto no Minnesota após a reversão do caso Roe v. O Wade. No ano passado, assinou um projeto de lei o que garantia aos habitantes do Minnesota o “direito fundamental de tomar decisões autónomas” sobre os cuidados de saúde reprodutiva em questões como o aborto, a contraceção e os tratamentos de fertilidade. “O aborto é assistência médica”, disse na CNN em março. “Acho que os velhos precisam de aprender a falar sobre isto. E acho que o mais importante é ouvir as mulheres, ouvir o que elas dizem.”