Manter a pressão sobre a Rússia e lançar as bases de uma coligação militar para a manutenção da paz na Ucrânia foram as duas ideias mais fortes saídas do encontro online promovido, neste sábado, 15, pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
Com a presença da NATO, da União Europeia (UE), do Canadá, da Austrália e da Nova Zelândia, além de vários líderes de países europeus, entre os quais Luís Montenegro, Volodymyr Zelensky ouviu mais de duas dezenas de interlocutores vincarem a necessidade de empurrar Vladimir Putin para o acordo de cessar-fogo gizado entre EUA e Ucrânia.
“A Rússia deve agora demonstrar a sua disponibilidade para apoiar um cessar-fogo que conduza a uma paz justa e duradoura”, afirmou a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nas redes sociais, agradecendo a Starmer pela iniciativa.
António Costa, que participou na videoconferência desde Lisboa, reforçou esta posição da UE. “Agora, a Rússia precisa de mostrar real vontade política para acabar com a guerra”, escreveu o Presidente do Conselho Europeu, na rede social X, sublinhado a intenção de “fortalecer” a Ucrânia na mesa das negociações, tendo em vista o fim do conflito, “através de apoio político, financeiro e militar”.
Segundo adiantou Keir Starmer, o grupo decidiu avançar para uma fase operacional, tendo ficado agendada para a próxima semana, em Londres, uma reunião entre representantes das forças armadas dos países que se mostraram disponíveis para integrarem um contingente de manutenção de paz no terreno, como é o caso de Reino Unido, França ou Austrália. É o momento de esta “Coligação de Interessados”, como lhe chamou, “estabelecer planos fortes e sólidos para apoiar um acordo de paz e garantir a futura segurança da Ucrânia”, considera o chefe do Governo britânico.
Na rede social X, Zelensky instou à criação o quanto antes daquilo que apelida de “base das futuras Forças Armadas da Europa”, de modo a alcançar uma paz “mais segura” e duradoura, “com os americanos como apoio”.
O chanceler alemão ainda em exercício, Olaf Scholz, também presente no encontro à distância, insistiu na ideia de que “cabe agora à Rússia pôr termo aos seus ataques diários às cidades ucranianas e às infraestruturas civis e enveredar finalmente pelo caminho de uma paz duradoura e justa”, deixando a garantia de que a Alemanha continuará firme no apoio a Kiev até o objetivo ser concretizado.