As operações de busca e salvamento prosseguem, por parte das autoridades italianas, ao largo da costa da Sicília, onde o iate de luxo Bayesian, com bandeira britânica, naufragou esta segunda-feira, 19 de agosto, na sequência de uma tempestade.
Quinze pessoas foram resgatadas com vida por um veleiro que estava próximo, depois de terem conseguido abandonar o iate num bote salva-vidas. A lamentar há, para já, a morte do cozinheiro que seguia a bordo, segundo informação avançada pela imprensa internacional.
Entre os seis desaparecidos estão personalidades da tecnologia e finanças britânicas: Mike Lynch, o empresário britânico que chegou a ser apelidado de Bill Gates do Reino Unido, e a sua filha Hannah, de 18 anos (a mulher de Lynch foi resgatada com vida); Jonathan Bloomer, presidente do Morgan Stanley International e a sua mulher, Judy; Chris Morvillo, advogado de Lynch, e a sua mulher, Neda. Vincenzo Zagarola, representante da guarda costeira italiana, referiu que as buscas prosseguem na assunção de que “estas seis pessoas podem não ter tido tempo para abandonar o barco” antes do naufrágio, cita o The New York Times.
Karsten Borner, comandante de um veleiro que estava perto do Bayesian, referiu aos repórteres no local que nunca tinha visto “uma embarcação deste tamanho afundar tão rapidamente. Em apenas alguns minutos não restava nada […] é uma tragédia”.
O iate, de 56 metros, transportava o grupo de amigos em férias e estava ancorada a cerca de 800 metros de Ponticello, a 15 km da capital da Sicília, Palermo quando uma tempestade se começou a formar na madrugada de segunda-feira. A força dos ventos terá, segundo as autoridades de proteção civil, feito com que o barco fosse atingido por um tornado que se formou sobre o mar.
As buscas começaram imediatamente, e foram retomadas ao início desta manhã, por mergulhadores especializados em grutas submarinas, e que se têm dedicado a encontrar outros pontos de acesso no interior dos destroços do barco naufragado, em busca dos desaparecidos. Até ao momento, ainda não tinham conseguido aceder às cabines que ficam por debaixo do convés, uma vez que a mobília se deslocou durante o naufrágio e bloqueou os pontos de acesso.
A cada hora que passa, torna-se cada vez mais improvável que os desaparecidos sejam encontrados com vida, embora não haja ainda referência a mais vítimas mortais para além do cozinheiro que seguia na embarcação. A Guarda-Costeira italiana referiu ainda, esta manhã, que “naturalmente, não está excluída a hipótese de os desaparecidos estarem fora do barco, mas sabemos que o barco naufragou numa questão de minutos” e que é muito possível que não tenham tido tempo de abandonar a embarcação. No mesmo sentido, Zagarola admitiu que, passadas 36 horas de operações de busca e salvamento, se torna cada vez mais improvável de acreditar que os desaparecidos não estejam já mortos. “Mas nunca dizemos nunca”