Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 1,09%, o tecnológico Nasdaq recuou 0,84% e o alargado S&P500 baixou 0,95%.
Antes mesmo da abertura, o mercado foi dominado pela divulgação do índice de preços no consumidor (IPC), relativo a março, que foi de 3,5% em termos anuais, mais do que os 3,4% previstos, e acima dos 3,2% do mês anterior.
Excluindo os índices voláteis da alimentação e energia, a subida do índice foi de 3,8%, acima dos 3,7% que os economistas esperavam.
“Este número de inflação, pelo menos, afasta a possibilidade de uma decida da taxa de juro pela Fed em junho”, comentou, em nota analítica, Charlie Ripley, da Allianz Investment Management.
“Considerando a trajetória da economia, a incerteza na política monetária vai continuar elevada” até que haja alterações substanciais, acrescentou.
Imediatamente depois da publicação do IPC, os rendimentos obrigacionistas subiram em flecha. O rendimento dos títulos do Estado federal a dois anos, que reflete a visão do mercado em termos de política monetária, roçou os cinco por cento, patamar que desconhecia desde há cinco meses.
Já o rendimento da obrigação a 10 anos subiu para 4,54%, dos 4,36% da véspera.
Por seu lado, as ações caíram de forma acentuada.
“Os investidores procuram ter uma ideia de um mundo no qual só se deve ter direito a duas descidas de taxa, ou menos, este ano”, disse Art Hogan, da B. Riley Wealth Management.
Não obstante, Wall Street recuperou algo durante a segunda parte da sessão e acabou a limitar as perdas.
“O mercado está maduro para digerir os seus ganhos, mas os investidores esperam para ver se o índice PPI sai melhor do que previsto”, reagiu Sam Stovall, da CFRA, para justificar a recuperação no final do dia.
O índice PPI mede os preços na produção e é considerado um indicador avançado da inflação.
Depois de terem esperado seis, quiçá sete baixas da taxa de juro em 2024, os operadores bolsistas agora não esperam mais de duas, no melhor cenário, mas para Sam Stovall o ambiente não é de catastrofismo.
“Se a economia se continua a manter, se não se vê a inflação a subir de novo e a manter a possibilidade de novas baixas da taxa de juro, os investidores podem continuar a comprar”, segundo este analista.
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