“Podemos fechar o Estreito de Ormuz, mas não o fazemos. No entanto, reveremos a nossa política se o inimigo nos pressionar”, disse Tangsiri à agência noticiosa estatal ISNA.
No Irão, o termo “inimigo” é frequentemente utilizado para designar os Estados Unidos ou Israel.
Cerca de 20% do petróleo mundial passa pelo Estreito de Ormuz, uma passagem marítima estreita entre o Irão e Omã que as autoridades persas ameaçaram repetidamente bloquear em resposta às sanções dos Estados Unidos.
As ameaças nunca foram concretizadas, mas o Golfo Pérsico tem sido palco de numerosos incidentes nos últimos anos, incluindo ataques e apreensões de petroleiros e navios de carga, no meio das tensões entre o Irão e os Estados Unidos sobre as sanções impostas por estes últimos às vendas de petróleo iraniano.
O aviso dos militares surge no meio das tensões que se seguiram ao ataque ao consulado iraniano em Damasco, no qual foram mortos sete elementos da Guarda Revolucionária, e que Teerão acusou Telavive de ter levado a cabo.
A este respeito, Tangsiri garantiu que Teerão “não agirá de forma emocional ou precipitada”, mas que responderá ao ataque ao consulado.
“No momento certo, daremos uma forte bofetada na cara, se Deus quiser, mas não agiremos precipitadamente”, afirmou.
Além disso, o comandante naval lamentou a “presença” de Israel nos Emirados Árabes Unidos (EAU), um país árabe com o qual estabeleceu laços diplomáticos ao abrigo dos Acordos de Abraão, rubricados em Washington em setembro de 2020 sob o patrocínio do então presidente norte-americano Donald Trump.
“Sabemos que os sionistas [Israel] não foram para os EAU por razões económicas, mas por razões de segurança e militares. Isso é uma ameaça para nós”, disse o oficial.
As autoridades iranianas prometeram vingança pelo ataque ao consulado iraniano, ocorrido no passado dia 01 de abril, com Israel em “alerta máximo” e pronto para “uma variedade de cenários”.
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