Na passada sexta-feira foram anunciadas restrições à música que se pode ouvir na Chechénia, república da Federação Russa localizada no Cáucaso. Segundo Musa Dadayev, ministro da cultura, os mais de um milhão e 500 mil habitantes daquela região não podem ouvir músicas “muita rápidas ou muito lentas”.
“Anunciei a decisão final, acordada com o chefe da República Chechénia Ramzan Akhmatovich Kadyrov, de que a partir de agora todas as obras musicais, vocais e coreográficas devem corresponder a um andamento de 80 a 116 batidas por minuto”, cita a agência estatal russa TASS com base no comunicado realizado no dia 5 deste mês.
No comunicado, Dadayev justifica a medida como uma forma de proteção “da herança cultural do povo checheno”. Assim, tanto as produções musicais como as danças terão de estar alinhadas “com a mentalidade e ritmo musical checheno”, o que proíbe estilos musicais considerados “emprestados”, como o pop, rock ou o estilo eletrónico, que, segundo o ministro da cultura daquela região, se trata de uma apropriação estrangeira “inadmissível”.
Perante esta proibição, os artistas daquela região têm até dia 1 de junho para adaptarem as suas músicas e obras às novas regras de modo a que não sejam banidas.
Região maioritariamente muçulmana, a Chechénia é governada por Kadyrov desde 2007 e tem sido alvo de diversas acusações relacionadas com os direitos humanos. Como resposta a acusações de alegadas perseguições a comunidades LGBT da região, Kadyrov respondeu que não havia homossexuais na Chechénia e, caso houvesse, deveriam ser retirados da região. Em 2020, os EUA declararam que o líder da Chechénia esteve “envolvido em violações graves dos direitos humanos”, incluindo “tortura e execuções extrajudiciais”.