O Ministério Público tinha solicitado uma pena de oito anos de prisão e a proibição do uso de Internet durante quatro anos, segundo adianta o canal independente Telegram Mediazona, citado pelas agências internacionais.
A cantora, que vive fora da Rússia e faz parte da lista de procurados desde maio de 2022, foi acusada de “divulgar publicamente, garantindo ser uma mensagem confiável, informações deliberadamente falsas sobre as forças armadas”, um crime que as leis russas punem com até 10 anos de prisão.
As autoridades fundamentaram o processo criminal na publicação de uma mensagem na rede social X, em março de 2022, na qual Lucy comentava um vídeo em que soldados ucranianos disparavam contra as pernas de prisioneiros de guerra russos.
Já em 2021, a cantora tinha sido condenada a um ano de restrição de liberdade por instigar uma violação das normas sanitárias impostas a propósito da pandemia de covid-19, apelando a que as pessoas fossem a uma manifestação de apoio ao então líder da oposição preso Alexei Navalny.
Após o início da guerra contra a Ucrânia (em fevereiro de 2022), Lucy cortou a pulseira eletrónica que usava por ordem judicial e conseguiu sair da Rússia.
Posteriormente, foi multada em 50 mil rublos (cerca de 500 euros) à revelia por desacreditar as forças armadas.
O grupo Pussy Riot, liderado pela ativista Maria Alyokhina e associado à oposição ao Kremlin (presidência russa), é perseguido há vários anos pelo regime liderado pelo Presidente Vladimir Putin.
Fundada em Moscovo em 2011, a banda, que defende o feminismo e os direitos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero), chegou a integrar 11 mulheres, tendo-se tornado mundialmente conhecida quando atuou numa catedral de Moscovo, em 2012, o que levou à prisão de três dos membros – Nadezhda Tolokonnikova, Maria Alyokhina e Yekaterina Samutsevich — durante quase dois anos.
PMC // SCA