O Sistema Nacional e Proteção e Defesa Civil brasileiro disse, em comunicado, que 17 mortes foram registadas no estado vizinho do Espírito Santo, mais cinco do que no anterior balanço, divulgado no sábado à noite.
A maioria das mortes (15) aconteceu em Mimoso do Sul, uma cidade com cerca de 25 mil habitantes que foi a mais afetada pelo mau tempo, que começou na noite de sexta-feira e causou inundações cujo nível só começou a descer no domingo.
O governador do estado do Espírito Santo, Renato Casagrande, disse que Mimoso do Sul estava a atravessar uma “situação caótica”, com as equipas de socorro a encontrar mais corpos depois do desabamento de várias casas.
Mais duas mortes foram registadas na localidade vizinha de Apiacá.
Casagrande disse que cerca de 5.200 pessoas tinham sido retiradas de casa no estado e que as fortes chuvas tinham transformado localidades como Apiacá e Bom Jesus do Norte num “cenário de guerra”.
No vizinho estado do Rio de Janeiro foram registadas oito mortes nas cidades de Petrópolis, Teresópolis, Santa Cruz da Serra e Arraial do Cabo, a maioria devido a aluimentos de terra em regiões montanhosas, avançou o Governo estadual.
As autoridades disseram que quatro pessoas morreram no desabamento de uma casa e de um pequeno prédio em Petrópolis, a cerca de 70 quilómetros da capital do estado.
Escolas públicas foram convertidas em abrigos, de acordo com uma comissão de emergência criada pelo governo local e pelas equipas de resgate.
A tempestade deixou vários milhares de pessoas desalojadas, disse o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, numa mensagem publicada durante a madrugada de domingo na rede social X (antigo Twitter).
Estas tragédias “estão a intensificar-se com as alterações climáticas”, lembrou Lula da Silva.
Em 2022, cerca de 241 pessoas morreram na cidade turística de Petrópolis, na sequência de chuvas torrenciais.
Lula também expressou solidariedade aos familiares das vítimas e garantiu que o Governo está a trabalhar com as autoridades locais para “proteger, prevenir e reparar” os danos das cheias.
A tempestade deveu-se à chegada de uma frente fria que causou estragos a meio da semana no estado do Rio Grande do Sul, tendo afetado em seguida São Paulo e Rio de Janeiro, antes de chegar a Espírito Santo, explicaram os meteorologistas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) brasileiro.
As previsões do Inmet previam uma “tempestade severa”, principalmente no Rio, com precipitação de 200 mm de chuva por dia entre sexta-feira e domingo.
A tempestade surge depois de uma onda de calor na região, onde se registou, no domingo, uma sensação térmica de 62,3ºC no Rio de Janeiro.
com Lusa