O lançamento, transmitido em direto na televisão e dedicado ao 90.º aniversário do nascimento do cosmonauta Yuri Gagarin, o primeiro homem a ir ao espaço, foi efetuado às 12:36 (hora de Lisboa) no cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, com ajuda de um foguetão Soyuz-2.1a, de acordo com as agências internacionais.
Segundo a agência EFE, na quinta-feira, a agência espacial russa Roscosmos suspendeu o lançamento da Soyuz poucos minutos antes da hora prevista, alegando uma “quebra de tensão” na fonte de energia técnica.
Inicialmente, estava previsto que a Soyuz MS-25 fosse lançada no dia 13, mas a Roscosmos adiou o lançamento para dia 21.
A tripulação da Soyuz MS-25 é composta pela bielorrussa Marina Vasilevskaya, que voa para o espaço pela primeira vez, o russo Oleg Novitski e o norte-americano Tracy Dyson.
“Para mim é uma grande honra e um grande orgulho representar a Bielorrússia na Estação Espacial Internacional. Estou pronta para o voo”, disse a cosmonauta Marina Vasilevskaya, comissária de bordo da companhia aérea bielorrussa Belavia, à agência estatal BELTA, dias antes do lançamento, segundo a Efe.
Depois de um longo voo de cerca de 50 horas e meio, a Soyuz deverá acoplar-se na segunda-feira, às 15:10, ao módulo Pritchal, também acoplado ao módulo Naouka, no segmento russo da Estação Espacial Internacional, segundo a Roscosmos.
Juntamente com Novitski, Vasilevskaya terá de permanecer na EEI durante 12 dias, após os quais ambos regressarão à Terra a bordo da Soyuz MS-24.
O voo de Vasilevskaya foi acordado pelo Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o seu homólogo bielorrusso e principal aliado, Alexandr Lukashenko, em abril de 2022.
Atualmente, estão na EEI os norte-americanos Loral O’Hara, Michael Barratt, Matthew Dominick e Jeanette Epps, e os russos Oleg Kononenko, Nikolai Chub e Alexander Grebenkin.
A estação espacial, símbolo da cooperação internacional no pós-Guerra Fria, é agora uma das últimas áreas de colaboração entre a Rússia e o Ocidente, num contexto de tensões relacionadas com a invasão russa da Ucrânia.
A agência espacial norte-americana NASA, e os seus parceiros, planeiam continuar a utilizar a EEI até 2030, segundo a AP.
A Rússia continuou a utilizar versões modificadas de foguetões soviéticos para lançar satélites comerciais, bem como tripulantes e carga para a EEI.
As naves Soyuz foram durante muito tempo a única forma de chegar à EEI, mas a Roscosmos tem agora a concorrência de empresas privadas, como a SpaceX, de Elon Musk.
A Rússia pretende terminar a sua colaboração com a EEI depois de 2024, para se concentrar na construção da sua própria estação espacial.
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