No último sábado, o Sistema Alerta Rio, responsável por emitir alertas de chuvas fortes e eventos meteorológicos adversos no Rio de Janeiro, comunicou o registo da sensação térmica mais alta desde que é possível saber na cidade; 60,1 °C., registados na estação de Guaratiba pelas 10h20. Mas no domingo, esse valor aumentou e foi atingido um novo recorde de sensação térmica pelas 9h55, de 62,3°C, num bairro do Rio.
Numa publicação na rede social X, o Centro de Operações Rio (COR), que monitoriza e gere diversos serviços urbanos na cidade carioca, referiu que esta é a maior sensação térmica registada desde que foram iniciadas as medições, há dez anos.
Antes deste fim-de-semana, o recorde tinha sido atingido a 18 de novembro, dia em que se sentiu no Rio de Janeiro uma temperatura de 59,7°C. Nessa semana, o Brasil estava a passar pela sua quarta onda de calor do ano que, segundo os cientistas, são consequência de um intenso El Niño (fenómenos que causam grandes alterações no clima) e dos efeitos do aquecimento global.
No dia em que o Rio tinha atingiu o recorde de novembro, Núbia Beray, coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Geografia do Clima, explicou que “as mudanças climáticas têm um papel importante principalmente nos eventos de temperatura como ondas de calor, estiagem e de seca prolongada”, e que esse seria o “novo normal”.
De acordo com o COR, a sensação térmica é um “índice de calor calculado a partir dos dados de temperatura e humidade relativa do ar” e, por isso, é maior quanto maior for a temperatura e a humidade relativa do ar. O vento tem também influência na sensação térmica. As temperaturas máximas oficiais deste fim de semana no Rio de Janeiro rondaram os 40 graus.
O organismo referiu também que o Rio de Janeiro registou, desde o dia 14 de novembro, as cinco temperaturas de sensação térmica mais altas de sempre: 62,3°C às 09h55 de 17 de março; 60,1°C às 10h20 de 16 de março; 59,7°C às 08h05 de 18 de novembro; 59,5C° às 11h45 de 17 de janeiro; e 59,3°C às 10h20 de 17 de novembro.
Todas os registos foram realizados pela estação de Guaratiba. “De acordo com os meteorologistas, a região de Guaratiba possui algumas características geográficas que favorecem a ocorrência de temperaturas e humidades relativas do ar elevadas, principalmente no período da manhã”, refere ainda o COR.
O Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil prevê, agora, que estas condições extremas se mantenham até esta quarta-feira, sendo que no dia seguinte as temperaturas devem começar a baixar.