Este será um ano excecional em que quase metade da população mundial irá às urnas dizer de sua justiça. No caso da Alemanha, pela primeira vez depois da II Guerra Mundial, organizações que voltam a invocar a superioridade ariana podem alcançar vitórias surpreendentes. Se houvesse agora legislativas, de acordo com as sondagens, os cristãos democratas da CDU-CSU alcançariam um resultado a rondar os 30%, mas o partido que aparece nas intenções de voto em segundo lugar, a Alternativa para a Alemanha (AfD), receberia perto de 22%.
Algo que, a verificar-se, lhe permitiria duplicar o número de deputados face ao último escrutínio para o Bundestag, o Parlamento Federal, realizado em 2021, humilhando os sociais-democratas do SPD, os Verdes e os Liberais (formações que constituem a atual coligação no poder). Pior: os últimos estudos de opinião indicam que a AfD poderá ganhar as eleições deste outono em três estados (Turíngia, Saxónia e Brandemburgo) e, antes disso, em junho, obter uma votação recorde para o Parlamento Europeu (passando dos atuais 11 eurodeputados para 22).