“Hoje é um dia histórico”, anunciou a Café Chimanimani, projeto fundado por antigos jornalistas locais, recordando que a produção daquele café, numa área protegida da província de Manica, arrancou há pouco mais de três anos.
“Quando iniciámos esta aventura de produzir café, em 2020, não podíamos imaginar que tão cedo o nosso produto pudesse ser apreciado e procurado por um mercado tão importante e bastante exigente como é o do Reino Unido. É um mercado onde o consumidor procura cada vez mais por cafés especiais, por outra, não procura só café, mas um café excecional”, afirmou fonte da empresa.
Nas terras altas enevoadas das montanhas Chimanimani, o café orgânico é produzido como parte de um sistema agroflorestal, que contribui para o reflorestamento de áreas degradadas e desmatadas da reserva para proteger o solo, a flora e a fauna.
Daí que a empresa descreva o dia de hoje como “histórico”, ao concretizar a exportação dos primeiros 500 quilogramas dos mil encomendados em junho de 2023 pelo parceiro britânico, conforme acordo assinado em Londres naquela altura.
“Tal [o tempo que passou] deve-se a dificuldades que ainda enfrentamos para processar e classificar o café, ainda é manual, mas esperamos mecanizar em breve. Agradecer aos nossos colaboradores que tiveram a árdua missão de selecionar e classificar grão a grão estes 500 quilogramas de café por longos quatro meses”, explicou a empresa.
Moçambique aderiu na mesma ocasião, em Londres, no mês de junho passado, à Organização Internacional do Café (OIC), na presença do ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia.
“Estamos a investir no café, porque acreditamos também nas pessoas”, defendeu na ocasião o governante, pedindo o apoio aos projetos privados nesta área, como o de Chimanimani.
“Estamos abertos a negócios, mas a negócios que façam a diferença na vida das pessoas”, afirmou, destacando que o café representa uma parte “importante” dos projetos de futuro no setor em Moçambique.
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