“Estamos a lidar diretamente com as nossas diferenças, mas apesar delas e da intensa competição, existem interesses mútuos que devem ser base de cooperação”, disse o chefe da diplomacia dos EUA num discurso no Fórum Económico Mundial, que decorre em Davos.
Entre outras coisas, tem sido importante “restaurar as comunicações militares entre a China e os Estados Unidos para evitar que entremos involuntariamente em conflito”, disse Blinken na sua conversa com o jornalista do jornal The New York Times Thomas Friedman.
Blinken sublinhou especialmente a importância de Pequim e Washington garantirem condições para trabalharem juntos para combater a exportação da China de produtos químicos usados para fabricar o opióide fentanil, atualmente a principal causa de morte entre adultos norte-americanos.
“As empresas chinesas já não exportam fentanil, mas exportam materiais precursores que em países como o México se transformam nessa droga, que já é a principal causa de mortalidade em certas faixas etárias nos EUA”, avisou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos.
Blinken salientou ainda que só o fentanil que as autoridades norte-americanas conseguem apreender (uma pequena parte do total) “seria suficiente para matar toda a população americana”, para ilustrar a gravidade de um problema que a China e os Estados Unidos devem combater em conjunto, controlando as empresas exportadoras.
Sobre a Rússia e a guerra na Ucrânia, o secretário de Estado norte-americano lamentou que em 2023 o Presidente russo, Vladimir Putin, tenha continuado a sua campanha de destruição contra o país vizinho, mas assegurou que Moscovo está agora em situação mais difícil.
“A Rússia está agora mais fraca militarmente, económica e diplomaticamente, e a Europa está mais unida do que nunca, tendo também quebrado a sua dependência energética da economia russa”, defendeu Blinken.
O secretário de Estado considera como distante a possibilidade de abrir um processo de paz para acabar com a guerra na Ucrânia, embora tenha garantido que “se a Rússia estiver preparada para negociar, encontrará um povo ucraniano disposto a fazê-lo”.
RJP // APN