A Coreia do Sul e a China prometeram hoje cooperar para manter a estabilidade na península coreana, face a uma nova subida da tensão com o Norte, após Pyongyang ter lançado o primeiro satélite espião.
Reunidos este domingo na cidade de Busan, no sudoeste da Coreia do Sul, o ministro dos Negócios Estrangeiros sul-coreano, Park Jin, e o seu homólogo chinês, Wang Yi, discutiram os últimos desenvolvimentos tecnológicos do Norte.
Na terça-feira, Pyongyang colocou em órbita um satélite espião, algo que levou Seul a suspender de forma parcial um acordo militar bilateral, assinado em 2018 para evitar confrontos acidentais entre os dois países.
Park garantiu a Wang que a decisão é uma medida defensiva “mínima” face à crescente beligerância da Coreia do Norte e apelou ao chefe da diplomacia chinesa que reforce a cooperação num tal cenário.
O ministro pediu que “a China desempenhe um papel construtivo, uma vez que é do interesse comum da Coreia do Sul e da China que a Coreia do Norte pare com as suas provocações e tome o caminho da desnuclearização”.
De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros sul-coreano, Wang Yi manifestou “preocupação” com o aumento da tensão na região após o lançamento do satélite e disse que Pequim fará a sua parte “para ajudar a estabilizar a situação”.
Segundo informações citadas pela agência de notícias sul-coreana Yonhap, Wang reiterou o apelo da China à calma e moderação, assegurando que Pequim continuará a desempenhar um papel construtivo na promoção da paz e da estabilidade na península.
Park e Wang encontraram-se em Busan horas antes de uma reunião com a ministra dos Negócios Estrangeiros do Japão, Yoko Kamikawa, para tentar reanimar as cimeiras trilaterais regulares.
Park também se encontrou esta manhã com Kamikawa, com quem abordou questões bilaterais pendentes, incluindo as sul-coreanas forçadas à escravidão sexual em bordéis militares japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.
Na quinta-feira, um tribunal da Coreia do Sul condenou o Japão a indemnizar 16 mulheres, num acórdão que anulou a decisão de um tribunal de primeira instância que tinha rejeitado, dois anos antes, compensações a estas mulheres.
Tóquio sempre se recusou a comparecer perante os tribunais sul-coreanos, sustentando que a disputa tinha sido resolvida pelo tratado de 1965, que envolvia o pagamento de cerca de 733 milhões de euros em compensações, sob a forma de subvenções e empréstimos a juros baixos.
No sábado, Kamikawa conversou com Wang, sobretudo em torno das restrições impostas pela China à importação de marisco do Japão após o início do despejo de água tratada da central nuclear Fukushima, no final de agosto.
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