“Recebi há poucos dias uma carta do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, na qual este pedia para tornar possível a sua presença em Skopje”, disse o chefe da diplomacia da Macedónia do Norte, Bujar Osmani, que também preside à Organização para a Segurança e Proteção de Cooperação na Europa (OSCE).
Osmani acrescentou que este pedido, no entanto, apresenta “alguns desafios, já que o espaço aéreo da Macedónia do Norte e vizinhos está encerrado para voos operados por aviões estatais russos”.
A Macedónia do Norte, apesar de não ser membro da União Europeia (UE), aderiu às sanções do bloco europeu contra Moscovo, adotadas na sequência da invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.
O 30.º Conselho Ministerial dos 57 países que compõem a OSCE – organismo formado em 1975, no auge da Guerra Fria, para promover o diálogo Leste-Oeste – está agendado para Skopje nos dias 30 de novembro e 01 de dezembro.
“De acordo com as regras, todos os Estados-membros devem estar presentes nesta reunião”, acrescentou Osmani, sublinhando que a presença de Lavrov dependerá “das decisões que serão tomadas nos próximos dias”.
Em 2022, a Rússia apresentou um protesto formal, após a recusa da Polónia em permitir a entrada de Serguei Lavrov no seu território para participar na mesma reunião anual que teve lugar em dezembro na cidade de Lodz.
Nessa altura, a Polónia fez saber que a delegação russa não deveria “incluir pessoas sancionadas pela UE”, incluindo Serguei Lavrov.
A reunião ministerial anual é o órgão central da organização, responsável pelas suas decisões.
Durante uma visita feita em 16 de outubro pelo chefe da diplomacia da Macedónia do Norte à Ucrânia, o seu homólogo ucraniano Dmytro Kuleba declarou que a presença da Rússia na OSCE constituía uma ameaça para o prestígio da organização.
Moscovo acusa Kiev e os seus aliados ocidentais de quererem monopolizar a OSCE.
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