Uma atitude de Gilad Erdan na reunião do Conselho de Segurança da ONU esta segunda-feira tem gerado uma onda de críticas. O embaixador de Israel na organização intergovernamental colocou uma estrela de David ao peito, numa referência ao símbolo imposto pelo regime nazi da Alemanha aos judeus na primeira metade do século XX.
“Alguns de vocês não aprenderam nada nos últimos 80 anos. Alguns de vocês esqueceram por que esta organização foi criada”, começou por apontar Erdan como crítica à posição do Conselho de Segurança perante os ataques sofridos por Israel no dia 7 de outubro pelo grupo Hamas. “De hoje em diante, cada vez que olharem para mim, vão lembrar-se do que significa permanecer em silêncio perante o mal”, continuou. “Tal como os meus avós, e os avós de milhões de judeus, a partir de hoje, a minha equipa e eu usaremos estrelas amarelas”, afirmou enquanto colocava a estrela ao peito. “Usaremos esta estrela até que acordem e condenem as atrocidades do Hamas”.
Contudo, este gesto de Erdan está a ser criticado. Dani Dayan, chairman do museu memorial Yad Vashem em Jerusalém, que é dedicado às vítimas do Holocausto, fez uma publicação na rede social X para afirmar que o uso da estrela de David é uma afronta para quem sofreu às mãos do regime nazi alemão. “O emblema amarelo simboliza o desamparado do povo judeu quando estava à mercê de outros e hoje temos um país independente e um exército forte, somos mestres do nosso próprio destino”, alega. Como alternativa, sugere que o embaixador use o símbolo de Israel, a bandeira azul e branca, pois tal representa força. Gilad Erdan ainda não respondeu publicamente a esta sugestão.
Recorde que, no dia 24 de outubro, Gilad Erdan pediu a demissão de António Guterres após o discurso no qual o secretário-geral demonstrou preocupação com a proteção dos direitos dos civis que estão a sofrer com o conflito entre Israel e Hamas iniciado com os ataques de dia 7 de outubro pelo grupo palestiniano.