Mujatovic visitou a Arménia e o Azerbaijão entre 16 e 23 de outubro, incluindo o enclave de Nagorno-Karabakh, onde efetuou a primeira visita dedicada aos direitos humanos “em décadas”, informou o Conselho da Europa em comunicado.
A responsável “ficou chocada ao constatar que a cidade de Khankendi [nome azeri para Stepanakert] estava quase completamente vazia, após a partida da sua população em setembro”, refere a instituição.
A Comissária “foi informada de que apenas algumas pessoas de etnia arménia continuam a viver na região”, referiu a organização.
O Conselho da Europa, que reúne 46 Estados, entre os quais a Arménia e o Azerbaijão, estima que mais de 100.000 arménios fugiram do enclave em direção à Arménia, na sequência da ofensiva relâmpago das tropas azeris, em 19 e 20 de setembro.
Durante as reuniões em ambos os países, Mujatovic “salientou a importância do respeito dos direitos fundamentais de todas as pessoas deslocadas, incluindo o direito a regressarem com dignidade e segurança” às suas casas.
Mujatovic sublinhou igualmente “a necessidade de investigações independentes e eficazes sobre as graves violações dos direitos humanos registadas durante o conflito”.
Depois de uma ofensiva das forças azeris no mês passado, na qual morreram cerca de 600 pessoas, quase toda a população arménia fugiu da autoproclamada república de Nagorno-Karabakh, que anunciou a sua dissolução em 1 de janeiro de 2024.
Esta região montanhosa, habitada principalmente por arménios, que a consideram a sua pátria ancestral, faz oficialmente parte do Azerbaijão, que proclamou unilateralmente a sua independência em 1991, após o colapso da União Soviética, contando então com o apoio da Arménia.
Os separatistas do Nagorno-Karabakh estão em conflito com o Azerbaijão há mais de três décadas, contra cujo exército combateram em duas guerras, a primeira entre 1988 e 1994, e a segunda no outono de 2020.
A comunidade internacional nunca reconheceu a autoproclamada república.
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