Em resultado disso, a aprovação do pacto, que estava prevista para hoje, corre o risco de ser adiada.
A solução de compromisso do pacto para lidar com a crise migratória foi uma tentativa de satisfazer os pedidos da Alemanha quanto à proteção dos migrantes e às operações de salvamento das organizações não-governamentais (ONG) no mar.
Horas antes, a comissária europeia para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, tinha expressado otimismo quanto à possibilidade de os Estados-membros da UE alcançarem um acordo final sobre as novas regras em Bruxelas.
“Foram feitos progressos e estou otimista de que se chegará hoje a um acordo sobre a última parte do Pacto de Migração”, disse Johansson à imprensa antes do início da sessão.
“Depois disso, podemos começar os trílogos”, acrescentou, referindo-se às negociações interinstitucionais entre o Parlamento Europeu, o Conselho e a Comissão para a adoção de legislação comunitária.
“Tal como com outros capítulos do pacto, houve tensão no início, mas no final conseguimos chegar a um acordo”, declarou na mesma ocasião Ylva Johansson, que posteriormente afirmou acreditar numa aprovação dos 27 do futuro pacto migratório da UE nos próximos dias.
Proposto pela Comissão Europeia em 2020, o Novo Pacto em matéria de Migração e Asilo visa criar um processo de migração e asilo mais justo, mais eficiente e mais sustentável para a União Europeia, com ênfase na solidariedade e na partilha de responsabilidades entre os Estados-membros.
Porém, as negociações têm sido lentas, devido a profundas divisões no interior do bloco sobre como proceder, com uma forte oposição especialmente da Hungria e da Polónia.
A Itália está com dificuldade em gerir um aumento de quase 100% no número de migrantes e refugiados que chegaram às suas costas meridionais desde o início deste ano, em relação ao mesmo período de 2022.
ANC // SCA