“Quero que tudo isto acabe. Peço às pessoas que estão a destruir coisas que parem. Não destruam as escolas”, afirmou a avó de Nahel M., identificada como Nadia, em declarações à BFMTV.
Nadia acusou parte dos manifestantes de estar a usar a morte do neto como uma desculpa para destruir o país.
“Não destruam as escolas, não destruam os autocarros”, reforçou.
No entanto, condenou as manifestações de apoio ao polícia que disparou contra o jovem, na terça-feira, em Nanterre.
O colunista Jean Messiha, que apoiou a candidatura presidencial de extrema-direita de Éric Zemmour, em 2022, depois de ter passado pela Frente Nacional de Le Pen, iniciou uma angariação de fundos para a família do agente, sublinhando que este se limitou a fazer o seu trabalho e que “está a pagar um preço alto” pela sua ação.
Esta iniciativa “parte-me o coração”, apontou Nadia, culpabilizando o agente pela morte do neto.
O Governo francês pediu hoje para que se evitem generalizações sobre a polícia francesa e garantiu que, em caso de abuso, a justiça investigará.
“É preciso ter cuidado para não se fazerem generalizações com base numa situação específica. Esta é a mensagem, penso eu, que as nossas forças de segurança que estão mobilizadas no terreno precisam de ouvir”, defendeu o Governo francês, segundo declarações do porta-voz do executivo, Olivier Véran, ao canal público FranceInfo.
Nahel, de 17 anos, foi morto pela polícia na sequência de uma operação em Nanterre.
O Ministério Público disse que o jovem estava a conduzir na faixa dos autocarros, tendo sido mandado parar pela polícia, mas não obedeceu à ordem.
Um dos agentes disparou contra Nahel, atingindo-o no braço e no peito.
As cerimónias fúnebres de Nahel decorreram no sábado, em Nanterre, com um velório privado, uma cerimónia na mesquita e o enterro num cemitério local, onde compareceram centenas de pessoas.
PE (PCR/JSD) // MAG