A pré-venda de bilhetes para a digressão “Eras” da cantora norte-americana Taylor Swift começou a 15 de novembro. A expectativa dos fãs, que esperavam na “fila” para conseguirem garantir o seu bilhete, era imensa. Contudo, a plataforma Ticketmaster bloqueou durante a compra, devido aos aproximadamente 14 milhões de utilizadores que estavam a tentar aceder – foram apenas vendidos 2,4 milhões de bilhetes para os mais de 50 concertos.
Depis de ser interrompida a venda de bilhetes devido ao elevado tráfego na plataforma, a artista responsabilizou a empresa. “Não vou pedir desculpa pelos outros, porque nós perguntámos muitas vezes se conseguiam dar conta deste tipo de procura, e eles garantiram-nos que sim”, afirmou, nas redes sociais, falando para os fãs.
Agora, Joe Berchtold, diretor financeiro da Live Nation, a detentora da Ticketmaster, foi esta segunda-feira ao Senado norte-americano responder acerca do sucedido. O líder justificou-se, referindo que o processo de venda dos bilhetes foi dificultado por bots, e pediu desculpa aos utilizadores da plataforma.
“Pedimos desculpa aos fãs, pedimos desculpa à senhora Swift. Precisamos de fazer melhor e vamos fazer melhor”, começou por dizer o responsável da Live Nation. “Em retrospetiva, há várias coisas que devíamos ter feito melhor – incluindo fazer as vendas durante um maior período de tempo ou fazer um trabalho melhor em perceber as expectativas dos fãs em relação aos bilhetes”. Berchtold acrescentou ainda que a plataforma foi “atacada por uma quantidade três vezes maior de tráfego de bots do que o habitual”. “Foi isso que levou a uma experiência terrível por parte dos consumidores”, garantiu.
Esta não é a primeira vez que a empresa enfrenta problemas deste género. Na audiência, senadores democratas e republicanos voltaram a criticar a empresa, que agora é uma união entre a Live Nation e a Ticketmaster. A última é acusada de, alegadamente, fazer uso do monopólio do mercado de venda de bilhetes desde 2010, quando aconteceu a fusão.
Às acusações, Berchtold defendeu-se afirmando que a indústria musical é das mais competitivas e que não é a sua empresa que define os preços dos bilhetes. “As empresas de venda de bilhetes, incluindo a Ticketmaster, não definem os preços dos bilhetes nem decidem quantos bilhetes são colocados à venda ou quando são colocados à venda”, disse o CFO da Live Nation.
Já a senadora democrata Amy Klobuchar garantiu que a Live Nation “é tão poderosa que não necessita de fazer pressão nem de ameaçar”. No mesmo sentido, Jack Groetzinger, CEO da SeatGeek, plataforma de compra e venda de bilhetes para eventos, disse que “as grandes salas de espetáculo dos Estados Unidos sabem que se mudarem da Ticketmaster para uma empresa concorrente arriscam-se a perder as receitas que recebem dos concertos da Live Nation”. “Sabem-no porque a Live Nation lhes comunicou isso, direta e indiretamente”, acusou.
A digressão pelos EUA de Taylor Swift, que não esteve presente no debate, começa a 17 de março em Glendale, no estado do Arizona, e termina a 9 de agosto em Los Angeles, na Califórnia.