Brian Walshe, que morava com a sua mulher em Cohasset, Massachusetts, EUA, é acusado de a agredir e de a espancar e de ter a intenção de a matar e esconder o corpo. Ana Walshe, de 39 anos, está desaparecida desde o dia de Ano Novo, e acredita-se que esteja morta.
Apesar de se declarar inocente, Walshe fez várias pesquisas sobre como fazer desaparecer um corpo ou como desmembrar um corpo. A história começa no dia 27 de dezembro, quando Walshe pesquisou sobre “qual é o melhor estado para se divorciar”, disseram os promotores do Tribunal Distrital de Quincy, em Massachusetts. “Em vez do divórcio, acredita-se que Brian Walshe desmembrou Ana Walshe e descartou o seu corpo”, disse a promotora assistente do condado de Norfolk, Lynn Beland.
Beland informa que os investigadores encontraram o DNA do casal, uma serra, uma tesoura e um machado em sacos que foram descartados no complexo de apartamentos da mãe de Walshe, em Swampscott, a cerca de 65 quilómetros de Cohasset, onde moravam.
Nas primeiras horas da manhã do dia 1 de janeiro, uma hora antes de contar aos investigadores que a sua mulher tinha saído de casa para apanhar um voo para Washington DC, os promotores contaram que Walshe fez dezenas de pesquisas no Google no iPad do filho, incluindo “quando é que um corpo começa a cheirar mal”, “como amarrar um corpo” e “podemos deitar fora partes do corpo”.
Walshe é acusado de fazer outras pesquisas no Google, nesse dia, mais tarde, como “quanto tempo dura o DNA”, “a identificação de um corpo pode ser feita em restos mortais parciais” e “desmembramento e as melhores maneiras de descartar um corpo”. O acusado, afirmam, também pesquisou “como limpar sangue do chão de madeira”, “o que acontece quando colocamos partes do corpo na amoníaco” e “é melhor deitar fora as roupas da cena do crime ou lavá-las”.
No dia seguinte, 2 de janeiro, as pesquisas de Walshe na Internet incluíram “serra, a melhor ferramenta para desmembrar”, “pode ser-se acusado de assassinato sem corpo” e “pode identificar-se um corpo com dentes partidos”, relataram os promotores. Nesse dia, o acusado terá comprado três tapetes, produtos de limpeza, esfregões, escovas, fita adesiva, uma lona, um fato de proteção com capas para botas, baldes, óculos de proteção, bicarbonato de sódio e uma machadinha.
A 3 de janeiro, uma câmara de vigilância mostrou Walshe a viajar para um local com contentores do lixo em Abington, uma cidade a cerca de 24 quilómetros de Cohasset, onde foi visto a carregar e descarregar itens que pareciam pesados. Depois disso, viajou para um complexo de apartamentos em Abington e outro em Brockton, cerca de seis quilómetros de Abington, onde descartou mais itens. Mais tarde, a polícia tentou rastrear os sacos que colocou no lixo, mas já tinham sido destruídos depois de recolhidas e transportadas para trituração e incineração, disseram os promotores no tribunal.
Nesse mesmo dia, Walshe, alegadamente, terá feito mais pesquisas no Google, incluindo: “o que acontece com o cabelo em um cadáver?”, “qual é a taxa de decomposição de um corpo encontrado num saco de plástico em comparação com a superfície da floresta?” e “o bicarbonato de sódio pode fazer um corpo cheirar bem?”.
A 4 de janeiro, dia em que o patrão da mulher de Walshe relatou o seu desaparecimento e a polícia interrogou o acusado em sua casa. Quando as autoridades chegaram à casa, viram que o Volvo de Walshe tinha um forro de plástico e que os assentos estavam baixos. Alguns dias depois, o forro tinha desaparecido e havia marcas no carpete, disseram os promotores. A análise posterior mostrou que era sangue no carro.
No dia 5 de janeiro, dia em que a busca pela senhora Walshe se tornou pública, os registos telefónicos de Walshe mostram que esteve primeiro numa creche e depois para o complexo de apartamentos da sua mãe, em Swampscott. O vídeo de vigilância mostrou o homem perto de mais contentores de lixo. Posteriormente, as autoridades vasculharam o conteúdo dos e encontraram 10 sacos de lixo com manchas consistentes com sangue e o fato de proteção.
A 8 de janeiro, os promotores revistaram a casa da família e encontraram sangue na cave, uma faca danificada com sangue, uma outra faca, uma grande lona resistente e forros de plástico. A polícia prendeu Walshe nesse mesmo dia.
Walshe mostrou pouca ou nenhuma emoção quando compareceu ao tribunal esta quarta-feira, dia 18, e a advogada, Tracy Miner, lamenta que a imprensa já o tenha “condenado e julgado”.