A atleta iraniana Elnaz Rekabi participou no Campeonato de Escalada da Ásia, em Seul, Coreia do Sul, este domingo, com o cabelo à mostra e sem o seu hijab, como sinal de protesto no decorrer do clima de tensão e revolta no Irão. A jovem conquistou a medalha de bronze na final, mas pode estar agora estar enfrentar sérias consequências devido à sua ação de protesto.
Segundo avança a BBC, a família e os amigos de Rekabi, de 33 anos, perderam o contacto com a atleta desde esta segunda-feira, 17, depois de a jovem ter dito que estava com as autoridades iranianas.
Já esta terça-feira, a embaixada iraniana disse que a atleta voltou para Teerão. “Elnaz Rekabi deixou Seul para o Irão na manhã de terça-feira, depois de a competição de escalada do Campeonato Asiático ter terminado”, afirmou, em comunicado.
Apesar de a embaixada da República Islâmica do Irão na Coreia do Sul já ter negado “todas as notícias, mentiras e informações falsas sobre Elnaz Rekabi”, o medo de que a jovem possa estar presa é cada vez mais maior para a família de Elnaz Rekabi.
As atletas do sexo feminino devem respeitar o código de vestimenta quando estiverem a representar oficialmente o Irão em competições no exterior, o que significa que são obrigadas a usar o hijab.
A ação em forma de protesto de Rekab surgiu como uma maneira de a atleta demonstrar o seu apoio aos protestos provocados pela morte de Mahsa Amini, 22 anos, a 16 de setembro, após ser detida pela polícias dos costumes em Teerão, devido ao uso incorreto do véu islâmico, obrigatório para as mulheres.
Após a morte da jovem curda, com versões contraditórias, foram desencadeados protestos em numerosas cidades do país, sobretudo protagonizados por jovens e que prosseguem, apesar da forte repressão das forças de segurança.