O “Pequeno Picasso” é a alcunha dada a Andres Valencia, o menino de 10 anos que já está a assegurar o seu futuro no mundo das artes. Se no ano passado era apenas um rapaz que desenhava bem, hoje é uma das estrelas em ascensão na pintura.
A viver em San Diego, na Califórnia, Andres conseguiu, este ano, ver as suas obras de arte expostas na Chase Contemporary, uma das galerias mais conceituadas de Nova Iorque, tendo já lucrado mais de 300 mil euros só com a venda dos mesmos. “Fico feliz por poder fazer as pessoas felizes com a minha arte e que podem pendurá-la nas suas casas”, conta o pequeno artista ao ao The New York Times.
“Estou no ramo de arte há 20 anos”, conta Bernie Chase, o diretor da galeria de arte onde Andres tem exposta a sua mostra No Rules [Sem regras]. “Já trabalhei com artistas como Peter Beard e Kenny Scharf. O Andres tem potencial para ser tão grande – ou maior.”
O seu talento começou a brotar aos 4 anos, quando o menino tentava replicar uma pintura do artista de Retna, conhecido pelas obras em graffiti. “Eu trazia o papel e ficava ali a tentar copiá-la, mas levei anos até conseguir acertar”, recorda ao jornal. As suas maiores inspirações são Jean-Michel Basquiat, George Condo, Pokémon, “Guernica” de Picasso e os bonecos de ação do exército Click N’ Play.
A veia artística veio acompanhada com o potencial empreendedor: Andres começou a vender pinturas feitas de aguarela aos amigos e aos amigos da sua família por pouco mais de 20 euros. Entre os interessados estava Bernie Chase, que quis pagar 100 dólares pelas pinturas do rapaz. Não achando justo, Andres aumentou o preço para mais de 5 mil euros, algo que Chase concordou em pagar.
Esta de demonstração de talento e coragem deram ao jovem a oportunidade de uma vida. Bernie Chase deu a conhecer a Nick Korniloff, diretor da Art Miami, uma feira de arte nos Estados Unidos, o trabalho de Andres, que lhe rendeu várias vendas e protagonismo.
Hoje, o lucro que Andres tem com a venda das obras são uma oportunidade de ensiná-lo “como retribuir”, conta a mãe, Elsa Valencia. Assim, os mais de 300 mil euros foram doados ao grupo de caridade amfAR e à instituição de caridade infantil Box of Hope.
Para os mais velhos, o rapaz deixa um aviso: “Quando vêm uma criança a fazer esboços no papel com um marcador, muitas pessoas pensam que esses desenhos não deveriam ser colocados numa galeria”, afirma. “Às vezes, as pessoas mais velhas simplesmente não entendem.”