O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, disse que os combates ocorreram em Myrna Dolyna, 18 quilómetros a sul de Lysychansk, onde as tropas russas têm vindo a registar avanços, segundo a agência espanhola EFE.
Além dos soldados mortos, registaram-se cerca de 450 feridos entre as forças ucranianas, disse Konashenkov.
O porta-voz militar não referiu a existência de baixas entre as forças russas.
Um representante russo da autoproclamada república popular de Lugansk, Rodion Miroshnik, disse que entre 5.000 e 7.000 tropas ucranianas ficaram sem mantimentos em Lysychansk.
Segundo Miroshnik, as milícias pró-russas “assumiram o controlo da única estrada que liga as cidades de Lysychansk e Siversk”, que distam cerca de 20 quilómetros.
Uma fonte pró-russa citada pela agência noticiosa oficial russa TASS disse que a estrada em causa era a única utilizada pelas forças armadas ucranianas para transportar mantimentos e tropas para Lysychansk.
O governador ucraniano de Lugansk, Serguei Gaidai, reconheceu hoje na rede social Telegram que a estrada está intransitável, mas disse que há rotas alternativas.
“Todos os dias transportamos cargas humanitárias e temos a possibilidade de retirar as pessoas por uma rota alternativa”, disse o governador.
Lysychansk está separada de Severodonetsk, praticamente sob controlo russo, pelo rio Donets, o que tem impedido o avanço das tropas russas.
Devido a essa dificuldade, o exército russo redobrou a sua ofensiva a partir do sul, na margem direita do rio, e está em alguns setores apenas a 10 quilómetros de Lysychansk, segundo as autoridades ucranianas.
Os russos “estão a intensificar as ofensivas para cercar as nossas tropas”, disse Gaidai, citado pela agência francesa AFP.
Gaidai admitiu que as forças inimigas conquistaram Loskutivka e Rai-Oleksandrivka, duas localidades localizadas a poucos quilómetros de Lysychansk, e atacaram Syrotyne, às portas de Severodonetsk.
Um representante dos separatistas pró-russos disse à AFP que a resistência ucraniana em Lysychansk e Severodonetsk é fútil.
“Ao ritmo a que os nossos soldados vão, muito em breve todo o território da República Popular de Lugansk será libertado”, disse o tenente-coronel Andrei Marochko, contactado por videochamada.
O exército russo continua também a bombardear a região de Mykolaiv (sul), onde anunciou hoje a destruição de 49 tanques de combustível e três centros de reparação de blindados.
Na quarta-feira, dois terminais de armazenamento de cereais foram atingidos por bombardeamentos russos na mesma região, de acordo com os seus operadores.
As informações sobre a guerra na Ucrânia divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato por fonte independente.
A guerra começou em 24 de fevereiro, quando a Rússia invadiu o país vizinho para o “desmilitarizar e desnazificar”, e proteger a população russófona do Donbass, a região no leste da Ucrânia que integra Donetsk e Lugansk.
Pouco antes da invasão, a Rússia reconheceu a independência de Donetsk e Lugansk, cujas forças separatistas combatiam as autoridades ucranianas desde 2014, com apoio russo.
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